O Sindicato dos Médicos do Acre (Sindmed-AC) vai aderir ao processo do Conselho Regional de Medicina (CRM) contra a lei estadual que permite o trabalho de pessoas sem o Revalida no Acre. A lei foi sancionada pelo governador Gladson Cameli na última segunda-feira,5, e no dia seguinte o CRM se posicionou informando que deve buscar a anulação da medida na justiça.
Segundo o presidente do Sindicato, Guilherme Pulici, o Sindmed-AC deve participar como assistente na causa legal. O Revalida trata-se de uma prova que valida o diploma de medicina conseguido fora do Brasil. Em vários países existem processos similares.
“Não somos contra a atuação do profissional formado fora do país, mas é preciso passar pela revalidação, o que inclui a verificação de todos os documentos, notas, disciplinas ministradas durante a formação e a adequação às regras brasileiras”, disse Pulici.
O vice-presidente do sindicato, Rodrigo Santiago, acredita que tal medida do Governo tenha o objetivo principal de garantir votos daqueles que buscam a revalidação do diploma.
“Não se pode brincar com o sonho das pessoas! Esses políticos querem apenas o voto, mas se esquecem que o problema real é a falta de uma carreira de estado e a falta de concurso público efetivo, transformando o Acre em uma verdadeira máquina de formar médicos para depois exportá-los para outros estados que prometem melhores oportunidades”, criticou Rodrigo Santiago.
A lei que permite a contratação de médicos sem CRM foi aprovada mesmo contrariando o parecer jurídico da própria Assembleia Legislativa do Acre (Aleac);
“Muito tem sido criticado sobre os negacionistas que indicam medicamentos sem comprovação científica. Agora, temos negacionistas que rejeitam todo um conjunto de leis federais que regulam o exercício da profissão. Um ato antidemocrático feito pelos políticos locais”, explicou Rodrigo Prado.
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