O planeta está indo literalmente para o brejo. O aumento contínuo do nível do mar será irreversível ao longo de centenas a milhares de anos, diz o mais recente Relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), divulgado no início do mês de agosto. Mesmo que haja reduções fortes e sustentadas nas emissões de dióxido de carbono (CO2) e outros gases de efeito estufa, os estragos já estão feitos.
A qualidade do ar pode melhorar rapidamente, mas pode levar de 20 a 30 anos para que as temperaturas globais se estabilizem. “O relatório projeta que nas próximas décadas as mudanças climáticas aumentarão em todas as regiões. Para 1,5 ° C de aquecimento global, haverá aumento das ondas de calor, estações quentes mais longas e estações frias mais curtas. A 2 ° C de aquecimento global, os extremos de calor atingiriam mais frequentemente os limites de tolerância críticos para a agricultura e saúde, revelou o estudo.”
Exemplo do que está acorrendo agora: “- As mudanças climáticas estão intensificando o ciclo da água. O que tem trazido chuvas mais intensas e inundações associadas, bem como secas mais intensas em muitas regiões. A mudança climática está afetando os padrões de precipitação. Em altas latitudes, é provável que a precipitação aumente, enquanto se prevê que diminua em grandes partes das regiões subtropicais. Esperam-se mudanças na precipitação das monções, que variam de acordo com a região.
As áreas costeiras verão o aumento contínuo do nível do mar ao longo do século 21, contribuindo para inundações costeiras mais frequentes e severas em áreas baixas e mais erosão.
Eventos extremos ao nível do mar, que ocorriam anteriormente uma vez a cada 100 anos, poderiam ocorrer todos os anos até o final deste século. O aquecimento adicional aumentará o degelo do permafrost e a perda da cobertura de neve sazonal, derretimento das geleiras e mantos de gelo e perda do gelo do mar Ártico no verão. Mudanças no oceano, incluindo aquecimento, ondas de calor marinhas mais frequentes, acidificação dos oceanos e redução dos níveis de oxigênio, foram claramente relacionadas à influência humana. Essas mudanças afetam tanto os ecossistemas oceânicos quanto as pessoas que deles dependem, e continuarão pelo menos até o final deste século.
Para as cidades, alguns aspectos da mudança climática podem ser amplificados, incluindo o calor (já que as áreas urbanas são geralmente mais quentes do que seus arredores), enchentes devido a eventos de forte precipitação e aumento do nível do mar nas cidades costeiras.
Beth Passos
Jornalista