Trabalhadores da Fundação Hospital Estadual do Acre (Fundhacre) realizaram, na manhã desta terça-feira, 3, manifestação contra a terceirização do setor de material e esterilização, que passou a ser gerenciado por uma empresa privada.
Segundo uma funcionária, que não quis se identificar por medo de represálias, foi encaminhada denúncia ao Ministério Público do Estado para que a instituição apure a legalidade na contratação da empresa. Sobretudo, além deste ponto, a mobilização também visou denunciar o suposto descaso quanto ao uso de equipamentos na unidade de saúde.
“Tem vários equipamentos caríssimos parados, e eles estão colocando como se a contratação dessa empresa fosse resolver toda a fila de cirurgia, mas isso não tem nada a ver. Tem oito salas cirúrgicas, das quais só funcionam seis, não tem quantidade ideal de funcionários, insumos, etc, e estão justificando como se a terceirização da sala de material e esterilização fosse resolver o problema da fila inteira de cirurgias, mas, e os leitos?”, declarou.
O deputado estadual Roberto Duarte foi até o local para ouvir os colaboradores e fez uma transmissão ao vivo pelo seu facebook.
“Mais uma terceirização. Agora, é um contrato de quase R$ 10 milhões, por apenas um ano. Governador Gladson Cameli, olha o que vocês estão fazendo com a Saúde do nosso Estado e com o nosso SUS [Sistema Único de Saúde], que merece o nosso reconhecimento por toda importância, em especial, neste momento de pandemia contra a Covid-19”, disse Duarte.
Direção da Fundhacre nega irregularidades
Por meio de nota, o presidente da Fundhacre, João Paulo Silva, alegou que todo o processo de contratação da empresa privada ocorreu dentro da legalidade e que a contratação visa “dar vazão às demandas reprimidas na unidade”. Confira na íntegra:
A contratação de Empresa Especializada para atender as necessidades da Central e Material e Esterilização/CME e Centro Cirúrgico/CC da Fundhacre segue todos os processos de legalidade, conforme a Lei Federal n.º 8.666/93.
Tal contratação tem como finalidade auxiliar a instituição a dar vazão às demandas reprimidas na unidade, sobretudo às cirurgias eletivas no estado do Acre, que tiveram uma redução drástica em 2020 e início de 2021.
Assim, os procedimentos cirúrgicos reduzidos causados pela pandemia de Covid-19 prejudicou ainda mais o fluxo das demandas no Hospital.
Destaca-se que a Gestão de Saúde vigente visa construir um novo panorama ainda neste semestre, e que projeções benéficas dependem de uma força tarefa constituída pelos instrumentadores, enfermeiros e demais profissionais de saúde que trabalham para o bem da população do Acre.
A instituição enfatiza que tem procurado obter melhorias, a curto, médio e longo prazo, pois entende que a população precisa de uma resposta imediata da Saúde Pública. Portanto, é preciso destacar que o serviço da Empresa Especializada tem materiais adequados e habilitados para resguardar o paciente, tendo em vista a segurança e os demais processos e metodologias que são requisitos necessários para atender a população, no atual cenário.
João Paulo Silva
Presidente da Fundação Hospital Estadual do Acre
Entenda o caso: Governo esclarece contratação de empresa privada na Fundhacre