O Sítio Histórico Quixadá já foi considerado, por muito tempo, uma das maiores atrações de turismo cultural de Rio Branco, no entanto, fotos tiradas, no último domingo, 22, pelo servidor público Fábio Fabrício Silva mostram o local completamente abandonado.
O Sítio fica no km 20 da estrada Quixadá e possuía diversas atividades para os visitantes. O espaço, que foi sede de seringais tradicionais durante a Revolução Acreana e a Era da Borracha, foi também palco das gravações da minissérie “Amazônia, de Galvez a Chico Mendes”.
Fábio Fabrício conta que esteve no Sítio para a celebração da missa de domingo, na igreja histórica que há no local, no entanto, até mesmo para acessar a igreja, houve dificuldades, devido ao mato que cobre o local.
“O sentimento é de total impotência, de ver um espaço que teve alto investimento, um espaço que é uma referência histórico-cultural estar nessa condição de total abandono. A própria população local não tem cuidado com o espaço, não tem incentivo para que a população faça essa gestão cultural do espaço. O museu, por exemplo, está todo aberto, muito vulnerável, inclusive, a ser saqueado e a levarem peças importantes”, relata ele.
Embora – de acordo com informações do site oficial do governo – o local já tenha sido revitalizado anteriormente, em meados de 2015, pelo Governo do Estado, em parceria com empresas privadas, a Secretária de Turismo do Acre, Eliane Sinhasique, alega que trata-se de uma área particular, e não há como aplicar recursos públicos no local.
“O sítio histórico Quixadá foi montado pela rede Globo de Televisão, para fazer as filmagens da série Amazônia, de Galvez a Chico Mendes e foi construído numa área particular. Nós não temos como fazer investimentos em área particular. Isso seria improbidade administrativa, então a dona Adalgisa, proprietária da terra, não doou aquela área para o Estado, até por uma questão de herança, e nós não podemos pegar recursos públicos e beneficiar uma área particular, por isso aquele sítio está abandonado. A dona poderia ter reformado, tem lá as pousadas, o restaurante que ela trabalhou e, no entanto, ela não fez os investimentos, então nosso impasse é esse. Não podemos, enquanto governo, aplicar recursos públicos em áreas particulares, por isso está naquela situação. A proprietária não fez os investimentos, não cuidou, até mesmo para utilizar aquele espaço como renda para a própria família”, declarou Sinhasique.
A reportagem não conseguiu contato com os administradores do local para saber se há intenção dos proprietários em revitalizar o espaço futuramente.