O vereador Emerson Jarude (MDB) relatou mais uma denúncia de assédio sexual, supostamente ocorrida na gestão do prefeito Tião Bocalom (Progressistas). Ao fazer uso da palavra, na sessão desta terça-feira (31), na Câmara Municipal, ele leu da tribuna uma mensagem privada enviada por uma mulher, por meio de uma de suas redes sociais, segundo a qual lhe ofereceram cargo em troca de sexo.
“Eu recebi uma denúncia na minha rede social, neste final de semana. A pessoa que me enviou a mensagem disse que não foi assediada uma nem duas, mas várias vezes e preferiu ficar desempregada do que se submeter a qualquer um desse partido.”, disse Jarude, lendo a mensagem.
E prosseguiu: “Nojo, principalmente de pessoas que tem família poderosa. O prefeito fechou os olhos e está cego, pois pessoas que vivem dentro daquele partido colocam mulheres que não tem competência alguma para trabalhar através de relações extras. Falo isso porque queriam me dar uma vaga, mas só por via de mão dupla.”, pontou, continuando. “Não tenho um bom cargo hoje porque não transei com ninguém, mas me puxaram e apalparam minhas partes e eu por medo não denunciei.”, conclui a mensagem.
A situação foi exposta pelo vereador Jarude, ao justificar seu voto favorável, quando colocada em discussão a representação pela abertura de processo de impeachment contra o prefeito, denunciado por supostamente cometer infrações político administrativas ao defender e não afastar o secretário municipal de saúde, Frank Lima, acusado de prática de assédio sexual contra servidoras.
“Recebemos aqui uma denúncia que teve parecer favorável dos procuradores concursados dessa Casa, por sua admissibilidade. Uma denúncia que, em hipótese nenhuma, pode ser considerada palanque político porque é nossa responsabilidade como vereadores de investigar qualquer denuncia que chegar nessa Casa, investigar os fatos contidos nessa denúncia que, a meu ver atentam contra a moralidade, a probidade administrativa e a transparência. Atenta, inclusive, contra os vereadores porque o prefeito disse reiteradas vezes que o interesse dos vereadores era cargos. Não faço presunção de culpa, mas não sou coveiro e não vou enterrar nenhuma denuncia que eu puder investigar.”, destacou Jarude.
Antes de concluir, o vereador lembrou que o prefeito ignorou o documento em que os vereadores pediram o afastamento de Frank Lima e a posterior exoneração da ex-corregedora Janice Lima.
“Até onde sei, a corregedora Janice é extremamente competente e preparada para o cargo e o prefeito foi a público e disse na imprensa que a corregedora não estava fazendo o que ele queria e que o secretário Frank Lima não podia ser investigado por não ser do quadro efetivo. (…) Essa casa não pode ser desmoralizada a assinatura de 17 vereadores não teve atenção do prefeito. Essa Casa não pode ser desrespeitada e precisa dar respostas à população.”, concluiu.