O Ministério da Saúde anunciou nesta quarta-feira, 22, que voltou a recomendar a vacinação contra covid-19 de adolescentes sem comorbidades no PNI. Em entrevista coletiva, a pasta recomenda imunização de jovens de 17 a 12 anos a receber qualquer imunizante aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Atualmente, apenas a vacina da Pfizer está autorizada para este grupo.
“Os benefícios da vacinação são maiores do que os eventuais riscos dos eventos adversos da sua aplicação. Comparando tudo o que foi aplicado, mesmo com esses supostos erros de imunização, é um percentual muito baixo”, explicou o ministério.
O anúncio vem apenas seis dias após a pasta suspender a imunização para essa faixa etária que já havia começado em diversos estados brasileiros. Quando determinou a suspensão, o ministro Marcelo Queiroga alegou que a medida foi tomada de maneira preventiva e que os estados começaram a imunização antes do determinado pelo PNI. Mais tarde, em transmissão pelas redes sociais de Bolsonaro, o chefe da pasta falou que o presidente recomendou a suspensão da vacinação.
No dia seguinte da decisão do ministério, a Anvisa divulgou nota mantendo a recomendação de vacinação de adolescentes.
Estados criticaram a decisão do governo federal e mantiveram a vacinação. Nesta terça-feira, o STF decidiu que as administrações estaduais e municipais têm autonomia para decidir sobre se vão promover a vacinação de adolescentes maiores de 12 anos contra a covid-19.
O ministro Ricardo Lewandowski citou uma série de posições de entidades e órgãos que recomendam manter a vacinação para todos os jovens acima de 12 anos e que a decisão do ministério “não encontra amparo em evidências acadêmicas nem em análises estratégicas” realizadas internacionalmente.
Morte de adolescente em SP não tem relação com vacina da Pfizer
O caso de uma uma adolescente de São Paulo que morreu sete dias depois de ter tomado a vacina contra a covid-19 não teve qualquer relação com o imunizante da Pfizer, segundo investigação do estado de São Paulo e da Anvisa.
A causa provável, segundo a Secretaria de saúde de São Paulo, foi atribuída ao diagnóstico de doença autoimune, denominada púrpura trombótica trombocitopênica (PPT), identificada com base no quadro clínico e em exames complementares.
Ao concluir a investigação, a Anvisa afirmou que os dados apresentados foram considerados “consistentes e bem documentados” para provar que a morte não teve relação com a vacina e reforçou a recomendação de imunização desta faixa etária.“Até o momento, os achados apontam para a manutenção da relação benefício versus risco para todas as vacinas autorizadas no Brasil, ou seja, os benefícios da vacinação excedem significativamente os seus potenciais riscos”, disse a agência.