Cerca de R$4 milhões devem ser utilizados para reestruturar a Delegacia de Repressão ao Narcotráfico (Denarc) no Acre. Este é o valor do convênio que pode ser estabelecido entre o Acre e o Ministério da Justiça nos próximos dias. Uma comitiva da Segurança Pública do Estado (Sejusp) esteve Brasília na última terça-feira,31.
O convênio será utilizado para a aquisição de equipamentos de inteligência, softwares, computadores, scanner gerador de imagem (para fiscalização de veículos e viaturas táticas dissimuladas), entre outras estruturas.
“Foi feita uma sustentação quanto a importância do convênio (…) que está tecnicamente aprovado, há financeiro. Contudo há um problema orçamentário nos órgãos que integram o Ministério da Justiça e nesse sentido o Secretário fez um pedido ao deputado Alan Rick no sentido de ajudar na liberação de orçamento”, explica o secretário de Justiça e Segurança Pública do Acre, Paulo Cézar Negreiros.
O secretário reforça que por mais que o convênio seja destinado apenas para o Denarc, o órgão realiza um trabalho integrado e será positivo para a política estadual de combate aos crimes fronteiriços e o narcotráfico em todo o estado.
Além de Negreiros, o delegado-geral de Polícia Civil, Josemar Portes, o deputado federal e o Alan Rick também participaram da reunião com os diretores da Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas do Ministério da Justiça (Senad).
O deputado Alan Rick declarou “total apoio” ao projeto. “Ele já tem meu apoio e sempre vai ter porque a gente sempre preza por ajudar o governo a fazer o cumprimento de metas orçamentárias. Estamos no aguardo do governo enviar um novo PLN à câmara ou de um evetual aumento da arrecadação para o governo remanejar o orçamento, ficamos no aguardo”, explica.
Combate ao tráfico
O Acre possui mais de dois mil quilômetros de fronteira com o Peru e a Bolívia, dois dos três maiores produtores de cocaína do mundo, segundo a ONU (Colômbia completa o trio). Tamanho território demanda investimento de segurança proporcional, o que ainda não é feito, segundo o delegado Karlesso Nespoli, responsável pela Denarc, que comentou sobre o caso em matéria especial do site A Gazeta do Acre em julho deste ano.
“É difícil trabalhar se não tem investimento pesado. E ainda não existe esse investimento. Houve sim uma união de esforços maior para essas apreensões, mas isso não basta, é o mínimo do mínimo. Não tem necessidade de esconder isso de ninguém, a carência é enorme(…) de equipamento, de capacitação, de tecnologia, de pessoal, isso em nível de Brasil hoje, não é só no Acre” , lamenta.
Karlesso também reconhece os esforços, mas defende que ainda falta investimento, principalmente no setor de investigação. “É a parte que a gente pode prender pessoas, que são traficantes, mas que não tocam na droga”, destaca.
Leia também: Quantidade de cocaína apreendida na fronteira aumenta mais de 50 vezes, no 1º semestre de 2021