Conhecido tecnicamente como abigeato, o furto de gados tem sido uma preocupação para os proprietários rurais e para a polícia no Estado. A 1a Delegacia Regional de Polícia Civil registrou três casos semelhantes na mesma semana. Um dos furtos foi solucionado e onze vacas foram recuperadas na tarde desta terça-feira, 26.
O crime aconteceu na quarta-feira, 20, e a vítima registrou o Boletim de Ocorrência dois dias depois, quando iniciaram as investigações. Os gados foram furtados de uma propriedade localizada da estrada Transacreana e foi encontrado em Ramal do Mutum, Km 2, na BR-317, terra de arrendamento de um dos suspeitos. O preço de cada vaca é avaliado em uma média de R$4.500.
As investigações apontam três pessoas como responsáveis pelo caso. Os suspeitos alegaram que os animais entraram em sua propriedade, após saírem de caminhão que teve problemas na estrada.
“Ontem mantivemos contato com uma pessoa que emitiu o Guia de Trânsito Animal (GTA) para fazer transporte do gado. Informou que o GTA tinha sido emitida para um amigo, que foi quem, suspostamente, furtou o gado. Chegamos nessa pessoa e ela deicidiu devolver. Disse que não foi ela, mas que ia devolver”, detalha o delegado Judson Barros, responsável pelas investigações.
Mesmo com a recuperação dos animais, ele afirma que as investigações continuam para identificar os autores do crime. A Polícia aguarda também o resultado da perícia realizada no caminhão que teria quebrado e no local por onde os animais teriam entrado na outra propriedade.
“Furto de gado virou um negócio”
Com valores que variam de R$3 mil a R$5 mil, o abigeato é visto como uma constante pelo delegado Judson Barros. A partir dos casos atendidos em sua regional, ele informou que os crimes se repetem: o gado é retirado de propriedades da região da Transacreana e levado para regiões distantes. Após o roubo, os autores emitem um GTA para transportar os animais para algum frigorífico ou decidem criar os bichos, dependendo do tamanho e da quantidade.
“Está uma situação muito séria, parece que furtar gado virou um bom negócio na Transacreana. Na mesma semana fui no km 100 ver um furto e na sexta-feira, mais dois boletins foram registrados pelo mesmo motivo”, relata.
Para o delegado, a polícia precisa adotar uma postura preventiva com relação ao abigeato. “Porque quase sempre a gente corre atrás do prejuízo, e não da prevenção. É preciso criar sistemas e mecanismos de prevenção desse furto de gado. Não é fácil isso, gado furtado é gado perdido, a desse produtor só foi possível porque a ação foi imediata”, reflete Barros.
Ainda este mês,um complexo esquema de sonegação de impostos foi descoberto na quinta fase da operação “Fake Bois – A queda do Peão”, deflagrada pela Polícia Civil. Cinco pessoas foram presas, entre pecuaristas, familiares e empregados, por crime contra a ordem tributária e associação criminosa.
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