Nos últimos dois anos, as lavagens cerebrais têm batido de frente com lavagens de dinheiros executadas no Brasil, e possivelmente superiores as das mãos. É até paradoxal, mas a grande massa não tem ideia do que está acontecendo no mundo. Pior: nem sabem que não sabem. Entendeu? Poucos entendem! Chegamos ao nível máximo da ignorância acompanhado pelo medo e o radicalismo, um combo explosivo e devastador. Já estamos vendo o resultado. A manipulação midiática está fazendo surtir efeitos piores que uma bomba atômica. Conseguiram destruir o que o indivíduo tem de mais precioso: o cérebro!
No início da pandemia achei que era preguiça. Mas era o começo do burnout de redes sociais. Porém, até hoje mantenho o horror do excesso de canais de comunicação. É muito bizarro isso de “ter” que estar o tempo todo “online” e “disponível”. Não é saudável. É uma invasão contínua de privacidade. Experimente ficar algumas horas todo dia sem o celular por perto para ver o ganho em qualidade de vida. Desinstale o whatsapp, o direct e o messenger, então, e redescubra o que é vida fora da internet.
Tentar estabelecer uma rotina de “normalidade” tem sido difícil quando se vê e ouve falar o tempo inteiro que “quarta onda” voltou a ceifar vidas na Europa. No Brasil, o avanço da vacinação contra a covid-19 e o número de mortes caindo, voltar a frequentar bares, cinemas e restaurantes tem sido comum para boa parte dos brasileiros. Mas não é todo mundo que se sente confortável em retomar essas atividades, e visitar os antigos lugares de convívio social tem gerado muita ansiedade. Na verdade [e um fenômeno que foi acentuado pela quarentena e os longos períodos de isolamento social dos últimos dois anos. Muitos ainda preferem a segurança de seus lares. A gente aprende quando pensa que não há o que aprender.
São tempos realmente estranhos. A gente cresce quando não imagina ser mais possível isso. A gente supera mesmo considerando que nem vai conseguir. Esses dois últimos anos aprendemos deveríamos ter aprendido a dar importância a qualquer ato, mesmo o mais banal como um abraço ou um aperto de mão.
Beth Passos
Jornalista