A decisão do presidente Jair Bolsonaro sobre o partido em que se filiaria era a mexida no tabuleiro que pode alterar alguns movimentos da política local já dados até aqui. Com a ida do presidente para o Partido Liberal (PL), a deputada federal Mara Rocha e a professora Márcia Bittar poderão ter de se enfrentar, internamente, sobre quem será a candidata majoritária do partido no Acre, caso confirmem-se as três filiações.
Bolsonaro marcou para o próximo dia 22 a assinatura da ficha de filiação. Mara Rocha espera a “janela” partidária para ingressar oficialmente no PL, embora já fale como membro, tendo sido, inclusive, convidada a ser pré-candidata ao governo do Acre pela sigla. E Márcia Bittar, que é pré-candidata ao Senado, conforme já declarou diversas vezes, aguardava a decisão do presidente para filiar-se ao mesmo partido.
“Presidente me convidando para ir com ele, encaro como convocação”, reafirmou Márcia Bittar à reportagem do site A Gazeta do Acre, indagada na tarde desta terça-feira, 9.
Com este cenário, o PL do Acre passaria a ter duas postulantes a candidaturas majoritárias. Ambas, porém, tanto Mara, quanto Márcia admitem que a decisão de Bolsonaro muda muita coisa, inclusive suas pretensões para as eleições
“Primeira questão é que não podemos pensar em chapa pura governo e Senado. Segunda questão é que o nosso grupo pode decidir pela minha candidatura ao Senado”, adiantou Mara Rocha, em resposta à reportagem.
“O cenário com a filiação do presidente poderá mudar tudo. Vamos aguardar os acontecimentos”, respondeu Márcia Bittar, indagada também sobre como fica o diálogo para compor a chapa majoritária com o governador Gladson Cameli (PP), pré-candidato à reeleição, o que, até então, ela tem pleiteado junto com o ex-marido, senador Márcio Bittar (PSL), o principal articulador de sua pré-candidatura.
Se Márcia Bittar for mesmo para o PL, junto com Bolsonaro, e Mara Rocha definir ser pré-candidata também ao Senado, como sinalizou, abre-se uma questão para o partido, já que há somente uma vaga em disputa para o cargo, em 2022. Caso Mara mantenha-se pré-candidata ao governo, fica em cheque o apoio de Márcia e, consequentemente, de Márcio Bittar ao governador Gladson Cameli, caso os partidos não venham a compor uma aliança, o que é mais provável na atual conjuntura, tendo em vista o rompimento político entre governador e Mara Rocha, que é irmã do vice-governador Major Rocha.
“Não temos conversa com nenhum partido, ainda. Vamos trabalhar para ter uma chapa forte para deputado estadual e federal. E teremos ainda uma candidatura majoritária. No momento, estamos muito felizes com a escolha do presidente em vir para o nosso PL. O que muda é que, certamente, teremos o presidente no nosso palanque. O PL está em festa com a vinda do nosso presidente”, concluiu Mara Rocha.