Em estado grave de saúde, sem conseguir mexer as pernas, o motorista Sebastião de Souza Sena, de 47 anos, está internado, no Pronto Socorro de Rio Branco, há seis dias, após o acidente com a caminhonete da Empresa Municipal de Urbanização de Rio Branco (Emurb). Ele e mais dois funcionários do órgão estavam no veículo que caiu de uma ponte, em uma altura de 10 metros, no km 53 da Rodovia AC-90, no dia 11 deste mês. O servidor Vagnilson Gomes Barbosa, de 44, também está internado e Alcimar Santos da Silva recebeu alta no dia seguinte após o ocorrido.
Com três fraturas na cervical, um dreno no tórax, e uma fratura “explosão” na coluna dorsal, que está paralisando suas pernas, Sebastião é considerado um paciente instável e aguarda a retirada do dreno para ver a possibilidade de realizar a cirurgia na coluna. Segundo prognóstico médico, a coluna do motorista foi atingida em quatro níveis e ainda não é possível precisar se ele vai voltar a mover as pernas. Em entrevista para o site A Gazeta do Acre, entretanto, ele se mostrou esperançoso com a recuperação. “Estou evoluindo bastante aqui…Tomando remédio e com fé em Deus que vou voltar a andar já já. É um milagre de Deus, todo mundo fala que, da altura que eu caí, é um milagre estar vivo”, comenta.
Sebastião teve melhoras neste feriado, quando voltou a sentir as pernas e os dedos. Além de motorista, ele exerce a função de pedreiro, carpinteiro, serrador na Emurb, desde maio deste ano. Os três servidores estavam há duas semanas trabalhando no km 55, no Ramal Cachoeira, onde implementaram bueiros em um trecho de 15 quilômetros entre a estrada e a beira do Rio do Rola. O serviço estava na fase final, no dia do acidente. O motorista, que ficou preso às ferragens da caminhonete explica, o que aconteceu:
“Um dia antes, a caminhonete tinha arrancando o peito de aço e eu arranquei tudo fora e falei: ‘Qualquer coisa que enganchar aqui, ela vai perder a direção’. As serpentinas ficaram tudo do lado de fora, são duas serpentinas bem fininhas que amassam facilmente. E aí, os meninos do Deracre estavam trabalhando na ponte, aí cedeu o barro que eles colocaram na cabeceira da ponte. A tábua, na cabeceira, ficou alta e, quando eu subi, acho que enganchou alguma coisa. Eu só senti quando a caminhonete rodou e neutralizou, não pegou mais freio (…). Aí ela rodou, eu só vi ela atravessando, e os meninos gritando, e quando eu dei conta já estava lá embaixo da ponte”, relata.
Em estado estável, o auxiliar de serviços gerais Vagnilson Barbosa teve uma costela fraturada e está com um edema pulmonar. A previsão é de que ele receba alta assim que terminar as secreções pelo dreno. Ele recorda que haviam acabado de almoçar e que atravessaram a ponte em baixa velocidade. “Não sei se eu saí sozinho ou se me tiraram, mas, quando eu dei por mim, já estava embaixo da ponte, escorado já, deitado já. Estou na recuperação, bem recuperado, e agradeço a Deus pelo o que a gente passou, foi Deus mesmo”, contou ele.
A Emurb afirma que está acompanhando os servidores, após o acidente, realizando visitações diárias no hospital, e acompanhando todo o atendimento hospitalar. O diretor diretor administrativo e financeiro do órgão, Carlos Lourenço Rabaçal Pinto, afirma que o caso vêm sendo tratado como uma fatalidade, a partir dos relato do motorista. Entretanto, a caminhonete foi resgata para realizar uma perícia. “Estamos abrindo um procedimento para que faça uma perícia para a gente poder investigar direito e ver o que realmente aconteceu”, afirmou,
Com relação à ponte, chamada de ponte do “Vai Se Ver”, a assessoria do Deracre afirmou que o órgão não irá se pronunciar até o resultado da perícia.
Sobre o resgate
A ponte do “Vai Se Ver” possui altura de 18 metros, mas a caminhonete caiu de um trecho com 10 metros de altura. A operação de resgate contou com equipes do Corpo de Bombeiros, Polícia Militar, Samu e Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer), e o helicóptero de resgate foi acionado. Preso às ferragens do carro, foi preciso cortar uma porta para retirar seu Sebastião do veículo.
O motorista agradeceu as equipes responsáveis pelo salvamento. “Eles são muito competentes, em questão de minutos chegou o Corpo de Bombeiros, helicóptero, Polícia Militar… Em questão de 40 minutos, chegou todo mundo lá”, elogia.
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