Devido à previsão de fortes chuvas neste mês de novembro, é grande a preoupação das autoridades para um possível surto das doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, como dengue, zika e Chikungunya. Nos municípios de Rio Branco, Brasiléia, Cruzeiro do Sul, Epitaciolândia, Bujari e Sena Madureira, a situação continua crítica, pois o principal indicador que avalia a infestação do mosquito está classificado em alto risco.
Desta forma, as ações de monitoramento e conscientização da população tem sido intensificadas e uma nova avaliação do principal indicador, o Levantamento de Índice Rápido de Aedes aegypti (LIRAa), deve ser realizado na última semana deste mês para mensurar o avanço da infestação do mosquito e nortear as ações em saúde.
Gabriel Mesquita, Chefe do Departamento de Vigilância em Saúde da Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre), informa que, embora a execução das ações sejam uma atribuição dos municípios, a Sesacre tem acompanhado de perto.
“Estamos em constante análise dos dados, em constante contato com os municípios. Hoje mesmo disparamos um alerta no qual a gente orienta algumas ações que podem ser tomadas pelos municípios para tentar minimizar a possibilidade de surto/epidemia, por exemplo, elaborar ou atualizar o Plano de Contingência Municipal para enfrentamento de epidemias por arboviroses, elaborar plano de ação com definição de atividade, parcerias interinstitucionais, e período de execução em um curto espaço de tempo, utilizar recursos de mídia disponíveis para realizar atividades de comunicação e educação em saúde nos bairros, articular com a gestão maior do município a realização de mutirões de limpeza”, destaca Mesquita.
Conforme levantamento da Sesacre, dos seis municípios onda a situação é mais alarmante, é na capital, Rio Branco, que se concentram o maior número de casos somente de dengue, com 5.579 casos prováveis registrados. Quanto à atualização do plano de contingência, alertado pela Sesacre, a Vigilância Epidemiológica Municipal informou que o plano já está atualizado e será lançado na próxima semana.
“A gente sempre atualiza bem antes do período de chuvas, já fazemos com o intuito de preparar os nossos agentes, a população (…) então já temos um plano de intensificações [das ações] que já vamos fazer o lançamento nos próximos dias, mas bem antes de o Estado fazer esse alerta, a gente já tinha atualizado o nosso”, informou Socorro Martins, responsável pela Vigilância Epidemiológica Municipal.
Conforme o último boletim epidemiologico emitido pela Secretaria de Estado de Saúde, foram notificados 12.946 casos prováveis de Dengue no Estado. Nesse período, a Regional do Baixo Acre apresentou o maior número de casos (6.616), contribuindo com 51,1% das notificações, seguida da Regional do Juruá, com 3.426 casos e contribuição de 26,5%. A Regional do Alto Acre registrou 1.645 casos e contribuiu com 12,7% da notificações. Todavia, apresentou a maior taxa de incidência, qual seja, 2.268,1 casos por 100 mil habitantes.
Rio Branco e Tarauacá, ainda são as cidades que apresentam maior número de casos, apesar de terem saído de uma epidemia importante, que chegou a contribuir com mais 60% de todos os registros, de janeiro até a última semana analisada. Os casos de dengue confirmados foram 12.557, destes, 5.387 no município de Rio Branco e 2.970 em Tarauacá.
Situação preocupa também em outros municípios
Embora a situação seja crítica nos seis municípios já citados, nas cidades de Acrelândia, Feijó, Mâncio Lima, Porto Acre, Manoel Urbano, Plácido de Castro, Rodrigues Alves e Senador Guiomard também é preocupante, e estão em situação de Alerta, com possibilidade de também registrarem um agravamento da situação epidemiológica.
Destes, a Sesacre destaca que mesmo com resultado Satisfatório no LIRAa, em Tarauacá ainda há circulação viral contínua das doenças transmitidas pelo Aedes.
União de esforços
Diante do alto risco de surto ou epidemia de dengue, a chefe da Vigilância Epidemiológica Municipal, Socorro Martins, pede o apoio da população para enfrentar o mosquito.
“Nós estamos em um momento crítico. Temos as lavas, temos os mosquitos precisamos evitar que esses mosquitos transmitam essas doenças, então precisamos fechar bem os reservatórios, tirar todos os depósitos que não utilizamos, olhar para os locais onde os cães se alimentam olhar qualquer depósito de água, por menor que seja, ainda que seja uma tampinha de refrigerante nós temos que retirar do nosso quintal pra evitar que o mosquito se prolifere e transmita tanto a dengue quanto a zika ou chikungunya”, destaca Socorro Martins, chefe da Vigilância Epidemiológica Municipal, conclui Socorro Martins.