Após o anúncio da exoneração do procurador-geral do Estado João Paulo Setti, o tema se tornou pauta de acirrado debate durante a sessão na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), nesta quarta-feira, 3. O deputado estadual Pedro Longo (PV), líder do governo, subiu à tribuna para defender Setti e a primeira-dama do Estado, Ana Paula Cameli, citados em depoimento do ex-procurador Geral de Justiça, Edmar Monteiro à Polícia Federal, que investiga irregularidades no pagamento de precatórios do Estado.
“Eu quero aqui repelir as ilações. Uma diz respeito à primeira-dama, porque ela trabalharia em um escritório de advocacia. Ora, ela não tem salário, é uma profissional e pode trabalhar onde bem deseja.”, disse, classificando de “misóginas” as declarações.
Em seguida, Longo falou sobre os precatórios. “Quero também falar sobe esta suposta ‘máfia de precatórios’. Ora precatórios são comercializados, diariamente, no Brasil, existe regulamento para isso, são fiscalizados pelo CNJ, Tribunais de Justiça, então se trata de uma denúncia vazia, sem conteúdo e sem concretude. Uma operação realizada, em 2018, que deu origem a essas denúncias. Não podemos aqui fazer ilações. O procurador tem todo meu respeito e consideração que não há, até o momento, nada que possa macular a sua gestão”, reafirmou.
Pedro Longo lamentou a exoneração de Setti e disse acreditar que as denúncias tem relação com outros assuntos. “Estão envolvidos outros assuntos, como a eleição da OAB, todo mundo tem falado nisso. Eu lamento essa decisão de alteração na PGE, porque é um órgão técnico, e isso é, no mínimo, imaturidade. Se há algo, que seja investigado, mas que não se tirem conclusões precipitadas. Então, lamento e faço esse desagravo”, concluiu.
A defesa de Longo deu-se também em resposta ao pronunciamento do deputado estadual Daniel Zen (PT) sobre a exoneração do procurador-geral do Estado João Paulo Setti. “Essa notícia caiu aqui como uma bomba. o vice-governador do Estado, o governador em exercício, acaba de exonerar o procurador-geral da PGE, que, segundo consta, seria ou é investigado por alguma situação, e a justificativa é para que não pairem dúvidas para proteger a instituição e carreira dos procuradores”, disse.