O feminicidio, entre outras definições, consiste numa ideologia de superioridade do homem sobre a mulher (machismo) hierarquizado a partir do gênero sexual. Tem sua gênese no comportamento de, pelo menos, três tipos de homem:
O primeiro, de quem tenho verdadeira ojeriza, é o homem que vive às custas de mulher, antigamente este tipo de “homem” era chamado de “gigolô”. São fáceis de se reconhecer nos meios sociais. Estão por aí dando uma de “bon vivant”, são os famosos “mamãe passou açucar em mim”. Nesse caso, quando a “mamata” acaba, se revoltam e, não raras vezes, tornam-se violentos ao ponto de matar a namorada que só lhe fez bem.
O outro tipo é aquele que, na relação conjugal, bate, espanca e humilha suas mulheres, esposas e ou companheiras. Este segundo tipo de “homem” vai as ultimas consequencias, afligindo psicologicamente e, por fim, matando “suas” mulheres, caracterizando um ato de feminicídio. O terceiro, é aquele que vê a mulher como um objeto repositório de sptzd, passiveis de toda sorte de crimes, dentre estes o de crime de estupro de vunerável contra mulheres ainda meninas. O feminicídio, neste caso específico, tem como causa e está ligado diretamente com o gênero, em que a vítima é morta “simplesmente por ser mulher”.
De uns tempos para cá, depois que o feminicídio foi considerado como crime qualificado no artigo 121 do código penal, a sociedade brasileira começou a debater e a entender o homicídio (feminicídio) praticado contra a mulher como crime perverso que merece atenção de todos.
Lí, num noticioso nacional, que Associação dos Homens Mal-Amados do Estado do Ceará, também conhecida como Associação dos Cornos do Ceará, com sede em Fortaleza, que tem 35 mil associados, com carteirinha de corno, espalhados pelo país afora, é um exemplo de mobilização fora do poder público que soma forças no combate a violência contra a mulher no Brasil. O professor José Maria Nascimento, atual presidente da ACC, em recente entrevista, diz que “o ponto central da Associação dos Cornos do Ceará, na luta contra o feminicídio, é o combate ao machismo”. Segundo ele, a sociedade brasileira é extremamente machista, não aceita “traição” e acha que tem que ser vingada, que tem bater, tem que matar, etc.”
A menção da ACC, neste artiguete, sem conotação pejorativa, é relevante e oportuna, por se tratar de uma associação de homens, estritamente masculina; não é, portanto, uma associação de mulheres ou movimentos femininos e feministas, dentre tantas, que existem no país tupiniquin, engajadasa nesta luta contra o assassinato de mulheres no Brasil.
Contudo, a grande conquista da mulher brasileira foi o lançamento em junho de 2020 pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) da campanha Sinal Vermelho. A campanha, notadamente contra a Violência Doméstica é uma forma inteligente que a mulher brasileira passa a ter para pedir ajuda, de forma silenciosa, em momentos e circunstâncias em que ela se sinta em perigo. Basta desenhar “X” em cor vemelha na palma da mão.
Desta forma, a sociedade brasileira, bem mais consciente dessa situação trágica que é o feminicídio começa a fechar o cerco para debelar o assassinato cruel de mulheres no Brasil. Cerrando el asedio!!
HUMANISTA. E-mail: assisprof@yahoo.com.br