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Projeto de Resolução de Daniel Zen pode criar Comissão de Assuntos Indígenas na Aleac

Daniel Zen também elencou as políticas sociais dos governos do PT que foram desmontadas pelo atual governo, reforçando sua tese de que os mais pobres estão mais prejudicados (Foto: Arquivo)

Durante audiência pública realizada com representantes indígenas, presentes ao Acampamento Terra Livre (ATL), na manhã desta quarta-feira (13), na Assembleia Legislativa do Estado do Acre, o deputado estadual Daniel Zen (PT-AC) apresentou um projeto de resolução propondo a criação da Comissão de Assuntos Indígenas – CAI, no âmbito da Casa do Povo Acreano.

Se for criada, a CAI se somará às outras 12 comissões permanentes já existentes na ALEAC e terá, como competência geral, opinar sobre toda e qualquer proposição legislativa que trate de assuntos relativos aos povos indígenas do Acre, tais como a demarcação de suas terras, saúde indígena, educação escolar indígena, etno-turismo, dentre outros.

Em defesa das mais de 15 etnias indígenas presentes em território acreano – e que constituem um segmento importante de nossa sociedade, Zen chamou a atenção para o atual contexto em que estamos vivendo, como justificativa para a apresentação de seu projeto de resolução:

“Há uma agenda em curso que, em última instância, se traduz em extremo desrespeito aos direitos dos povos originários. Estamos falando de boicote à demarcação de terras indígenas, de autorização de mineração em TIs, de ameaças de invasão, de morte e até de abuso sexual de jovens indígenas por parte de garimpeiros, grileiros, posseiros e latifundiários, dentre outras questões graves”, contextualizou Zen.

Segundo a proposta do deputado, a nova CAI terá competência para opinar sobre a destinação de recursos do Orçamento Geral do Estado (OGE) que possam atender às demandas atuais e à formulação e execução de políticas públicas futuras, destinadas aos povos indígenas.

Caberá a ela, ainda, o acompanhamento das atividades econômicas que causem impacto, direto ou indireto, em comunidades, aldeias e terras indígenas, demarcadas ou em processo de demarcação, envolvendo obras de infraestrutura, exploração animal, vegetal ou mineral, concessão de florestas públicas para manejo comunitário ou privado, dentre outras.

“Cabe a nós, deputados e deputadas, fortalecer a interlocução dos povos indígenas com o Poder Público, no sentido de fortalecer direitos e de barrar retrocessos. É nosso dever dar voz aos mais vulneráveis e hipossuficientes, dentre eles, nossas populações tradicionais. São eles os que mais precisam da atuação do Poder Legislativo e é em beneficio deles que devemos concentrar a maior parte de nossos esforços”, finalizou Zen.

Maíra Martinello: