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Mortes de crianças vítimas de Síndrome Respiratória Aguda Grave preocupa no Acre

A morte de crianças vítimas de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) tem gerado preocupação no Acre. Os casos mais recentes foram de duas crianças, uma de dois anos, ocorrida na última sexta-feira, 3, e outra de 10 meses, nesta terça-feira, 7.

Segundo apurado pela reportagem, das nove Unidades de Terapia Intensiva (UTI) infantis disponibilizadas no Hospital de Urgência e Emergência (Huerb), todas estão ocupadas, enquanto pelo menos sete crianças aguardam uma vaga.

Foi o caso do pequeno Théo, de 10 meses. Ele deu entrada no Huerb, por volta de meio dia de segunda-feira, 6, mas não resistiu e acabou morrendo nesta terça-feira, 7, antes mesmo de conseguir uma vaga de UTI. “Ele estava com broncoespasmo, que evoluiu para uma pneumonia, e ele acabou tendo seis paradas cardiorespiratórias, na sétima acabou falecendo”, lamentou o pai, Thales Damasceno à GAZETA.

O outro caso é de um menino de apenas dois anos. Segundo familiares, o menino estava gripado há cerca de duas semanas e apresentava também constipação intestinal, o que motivou a mãe a procurar uma Unidade de Pronto-Atendimento.

“Levaram ele pra Upa, a médica deu a medicação, mandou pra casa, mas ele piorou e foram pro Pronto-Socorro, daí foram intubar e na hora de intubar ele morreu”, disse um familiar.

Diante do aumento súbito de casos do tipo, A GAZETA procurou a Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre), que informou, por meio da assessoria, que uma coletiva de imprensa será realizada, nesta quarta-feira, às 11h, para esclarecer quais providências devem ser adotadas.

Ministério da Saúde fez alerta

O VSR é uma das principais causas de infecções das vias respiratórias e pulmões em recém-nascidos e crianças pequenas, que podem causar bronquiolite e pneumonia (Foto: Cottonbro/Pexels)

No dia 29 de maio, o Ministério da Saúde (MS) emitiu um alerta aos estados, informando que a queda de temperatura, em várias regiões do Brasil, é favorável para a proliferação do vírus sincicial respiratório (VSR), que pode causar infecções nas vias respiratórias, principalmente em crianças menores de cinco anos. Por isso, o Ministério da Saúde alerta para prevenção e o diagnóstico precoce para evitar casos graves.

O VSR é uma das principais causas de infecções das vias respiratórias e pulmões em recém-nascidos e crianças pequenas, que podem causar bronquiolite e pneumonia. O período de sazonalidade do vírus normalmente tem início em maio e se estende até o mês de setembro, podendo se alongar em algumas regiões.

Entre janeiro e abril de 2022, foram notificados no sistema do Ministério da Saúde cerca de 3,6 mil casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), causados pelo vírus sincicial. A maior parte dos casos ocorreu em crianças menores de 4 anos de idade. Importante ressaltar que no Brasil as informações sobre os dados epidemiológicos, com resultados laboratoriais de VSR, ocorre de maneira amostral, nem todos os casos notificados são pesquisados para VSR, então os dados apresentados inferem uma amostra de casos observados, e identifica a circulação do VSR no local, unidade federada e país.

Sintomas

Os sintomas mais comuns, conforme o MS, são febre baixa, dor de garganta, dor de cabeça e secreção nasal. Mas é preciso ter atenção a outros sinais, como febre alta, tosse persistente, dificuldade para respirar, chiado no peito, lábios e unhas arroxeados. Com o aparecimento desses sintomas, a recomendação é procurar uma Unidade Básica de Saúde para o primeiro atendimento.

O vírus pode atingir pessoas de qualquer idade, inclusive adultos, mas os quadros mais graves acontecem em crianças menores de 2 anos, especialmente nos menores de 6 meses. Por isso, a amamentação nessa fase da vida, por exemplo, é um reforço imunológico importante. Em casos de infecção, o diagnóstico é clínico e pode ser feito o exame de painel viral que detecta a presença do VSR na orofaringe.

Como prevenir

Para reduzir os riscos de crianças terem bronquiolite e pneumonia, nessa época do ano, o Ministério da Saúde reforça algumas medidas importantes, como evitar o contato ou exposição da criança com outra pessoa já contaminada, reforçar os cuidados básicos de higiene como lavagem frequente das mãos com água e sabão e limpeza dos objetos que podem estar contaminados, como brinquedos, por exemplo.

Fonte: MS

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Agnes Cavalcante: