A ex-deputada estadual e conselheira do Tribunal de Contas do Estado do Acre (TCE), Naluh Gouveia, emocionou o público presente na audiência sobre feminicídio, promovida na manhã desta quarta-feira, 8, em Rio Branco, na Assembleia Legislativa (Aleac).
Em seu discurso, Naluh rememorou um estupro que sofreu na adolescência, criticou o governo do presidente Jair Bolsonaro e questionou o voto de mulheres em candidatos homens.
“Aos 7 anos eu joguei a faca em um homem, porque ele bateu na minha mãe. Com 15/16 [anos], eu fui estuprada. Então, de homem eu não espero é nada. Agora, me choca as mulheres votarem no Bolsonaro. Me choca”, afirmou, a conselheira, entre aplausos e emoções.
Ainda segundo a ex-deputada, para mudar a realidade das mulheres brasileiras e acreanas é necessário eleger parlamentares mulheres. “Quem pode mudar é a Câmara Federal, a Assembleia. É aqui que muda, mas, aqui não muda. E sabe porquê não muda? Porque basicamente todo mandato é de homens, porque as mulheres não votam nas mulheres”, alertou.
Para Naluh, a figura de Bolsonaro está diretamente correlacionada com os altos índices de feminicídios no Acre. “Para quê dados, se a política de ódio que a gente tem hoje no Brasil é denominada Bolsonaro. Engraçado que o Acre tem maior índice de feminicídios do Brasil e é o maior eleitor de Bolsonaro”, salientou.
A Audiência Pública na Aleac reuniu vários segmentos de mulheres e instituições, que discutiram estratégias de combate ao feminicidio no Acre. A iniciativa foi solicitada pelo Conselho Estadual dos Direitos da Mulher (Cedim) e pela Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Acre (OAB/AC).