A obstinação terapêutica acontece quando medidas invasivas como por exemplo ventilação mecânicas, hemodiálise são empregadas quando não há mais como mudar o curso da doença, tornando-se fúteis, pois somente irão causar uma morte lenta e com muito sofrimento.
É muito comum que familiares e pacientes com doenças terminais se apeguem a ilusão de que enquanto houver vida, existirá esperança, fechando os olhos a realidade do prognóstico, Ilusão incentivada por médicos até mesmo de forma inconsciente pois muitos profissionais tem dificuldade em falar de forma clara o prognostico do paciente quando este inevitavelmente será a morte.
A falta de habilidade em tratar de prognósticos em que a cura já não existe e o paciente se encontra em estágio terminal, acaba por incentivar o emprego de medidas que por vezes causam maior sofrimento ao paciente que a própria doença.
Devemos ter em mente que nem sempre o médico expõe prognósticos com desfecho morte por falta de habilidade, por vezes ele não tem essa possibilidade pelo fato da família exercer pressão para que este empregue até o último recurso para livrar da morte um paciente que não tem mais essa perspectiva.
Afinal, o médico de fato tem essa obrigação? O Código de Ética Médica dispõe que “nas situações clínicas irreversíveis e terminais, o médico evitará a realização de procedimentos diagnósticos e terapêuticos desnecessários e propiciará aos pacientes sob sua atenção todos os cuidados paliativos apropriados”.
De acordo como o próprio Código de Ética é possível dizer que o médico não é obrigado a obstinação terapêutica, sua obrigação nos casos de doença incurável empregar meios que só causaram mais sofrimento ao paciente, exceto quando o paciente conhecendo seu prognóstico, escolhe ser submetido a obstinação por diferentes motivos.
Do ponto de vista de direitos, não o que ser discutido a fim de “criar um direito” quando este nenhum benefício trará ao paciente, indo inclusive contra o Código de Ética Médica que proíbe tal prática.
A obstinação terapêutica é uma discussão que envolve um direito prejudicial, que mais dores causará ao paciente, do que mesmo a própria doença. Discutir obstinação terapêutica é como negar a finitude humana, enxergando a morte como um mal evitável e isso não corresponde a realidade quando estamos falamos de pacientes terminais.
Pacientes que não acreditam em seu pouco tempo de vida pela frente, ou que são submetidos a tratamentos fúteis e dolorosos, não terão oportunidade de se despedir, de se arrepender, onde deseja morrer e com quem deseja morrer.
Não morrer, não é uma escolha possível, porém viver com plenitude até o fim sim!
Eu sou Aline Cordeiro! Acesse meu Instagram – @alinecordeirorb