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De quem é o papel de Antônio Conselheiro?

Debate xoxos com previsão dos próximos serem mais pífios ainda com destaque para a mentira e o cinismo em combate que empata a cada round, mas no Brasil parece a guerra do fim do mundo.
Oficialmente foi dada a largada para a batalha final que terá seu segundo embate nas urnas, no próximo dia 30 outubro. Por suas características, a eleição deste ano não se assemelha a nenhuma outra. Dois fatos a tornam singular.
O primeiro fato é o confronto entre dois candidatos que já se elegeram presidentes. Lula disputou a Presidência cinco vezes, com sucesso em 2002 e em 2006 e, ademais, elegeu sua sucessora, Dilma Rousseff, em 2010 e 2014. Bolsonaro, atual presidente, ganhou em 2018. Nesta ocasião, Lula não foi seu adversário, porque estava na prisão.
É a primeira vez na história do Brasil que dois presidentes se defrontam, cara a cara. Mas não são dois presidentes quaisquer, são dois situados em polos opostos no espectro ideológico. De um lado, Bolsonaro, incumbente, ultraconservador, defende o armamento da população civil e lidera o movimento direitista mais extremado do país; utiliza as várias religiões existentes no país, estimula o armamento da população, põe em dúvida a lisura do Poder Judiciário e a inviolabilidade das urnas eletrônicas. De outro lado, Lula, ex líder sindical, acende as esperanças dos movimentos sociais, das organizações corporativistas e dos esquerdistas; quer voltar ao Palácio do Planalto para exibir-se absolvido pelo povo, mas de um modo que até hoje sua liberdade continua uma incógnita para o próprio povo.
Os dois têm em comum um estilo populista-personalista que prescinde de estrutura partidária para se comunicar com seus simpatizantes. Bolsonaro, despertando o sentimento direitista que estava adormecido no país, e Lula, mobilizando os setores populares e as esquerdas, caminham para o confronto nas urnas.
O segundo fato foi a posse do juiz da eleição, ministro Alexandre de Moraes, ocorrida no mesmo dia do início da campanha eleitoral, exatos 45 dias do 1º turno. Fato que não é mera coincidência. A solene cerimônia da sessão de posse no Tribunal Superior Eleitoral demonstrou a força simbólica que se pretendeu dar à investidura de Moraes no cargo mais importante do judiciário brasileiro.
Resta saber qual dos três personagens, quem representa, nesta guerra, o papel de Antônio Conselheiro?

 

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