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Copa do Mundo e consciência social

Ainda que esteja com o estômago embrulhado por conta da semiose que essa camiseta verde-amarela adquiriu, e de todo o ufanismo em torno da nossa bandeira face às eleições, não consigo torcer para a Alemanha, Argentina ou qualquer outro time que não seja o Brasil. Dito isso, vou torcer para o Neymar não cair tanto. Que não fiquemos a mercê de um craque apenas, que os demais jogadores marquem os gols e que o goleiro acreano Weverton honre esse ineditismo pelo nosso Acre num torneio dessa envergadura no planeta.
A Copa do Mundo está intimamente ligada a diversas manifestações por direitos humanos, dos trabalhados, das mulheres e da causa LGBTQIA+. E não envolve apenas situações envolvendo o Catar, restrito país-sede da edição de 2022.

Os Iranianos não cantaram o hino nacional em protesto pelos direitos das mulheres, após algumas manifestações nas redes sociais. Os jogadores ficaram em silêncio durante execução da canção.
Nas arquibancadas, diversos cartazes pediram igualdade no tratamento.
A primeira partida realizada segunda-feira, 21, entre Inglaterra e Irã, inclusive, foi palco de manifestações de jogadores no gramado e torcedores na arquibancada.
Apesar de diferentes, os gestos têm, basicamente, uma mesma missão.
A ação foi considerada um protesto em favor dos direitos de mulheres. No país, elas são proibidas de frequentar estádios de futebol. A transmissão também mostrou uma imagem impactante. Uma torcedora foi flagrada chorando e aplaudindo a atitude dos atletas.
Nas arquibancadas, diversos cartazes com as cores do Irã estavam com mensagens pedindo liberdade às mulheres do país.
O país atravessa uma grande onda de protestos pela morte de Mahsa Amini. A jovem de 22 anos, que foi detida pela polícia iraniana sob a acusação de violar as regras do país sobre o uso de hijab, tradicional lenço islâmico utilizado para cobrir a cabeça.
Nas últimas semanas, jogadores do país se posicionaram de forma favorável às reivindicações.

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