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Xapuri City

FRANCISCO DANDÃO PINHEIRO
Fui a Xapuri no fim de semana que recém passou. Há muitos anos eu não ia a Xapuri. A cidade me traz agradáveis recordações. Foi lá que eu fiz a pesquisa que resultou na minha dissertação de mestrado, ainda nos idos do século XX. Revi a cidade e alguns amigos. Fusão de espaço e tempo!
Meu primeiro contato nesse périplo foi com o João Garrinha. Contato rápido. Eu não avisei que iria e ele havia marcado outro compromisso. Estava de saída para um churrasco comemorativo, referente a vereadores eleitos no mês de outubro. Mas deu para dois dedos de prosa.
Depois estive com o Rubinho Santana. O Rubinho é tido e havido, pelos desportistas das décadas de 1970 e 1980, como o maior goleiro da história da cidade. Ele jogou no Brasília e na seleção local. Andou treinando em times da capital, mas preferiu fazer carreira por lá mesmo.
O Rubinho Santana me levou para conversar numa área no fundo da casa onde ele mora. Ambiente pra lá de agradável. Um quintal enorme como cenário, com árvores frutíferas e balanços pendurados para as crianças. Trocamos ideias e reminiscências ouvindo o canto de passarinhos.
Durante algumas horas falamos dos bons tempos do futebol de Xapuri. Tempos de craques fabulosos e de torcidas animadas, quando os domingos eram reservados, primeiro para a comunhão na Igreja de São Sebastião, e segundo para xingar a mãe do juiz no Estádio Góes e Castro.
No meio da conversa, o Rubinho foi lembrando os apelidos dos craques. E escalou um time só de nomes pitorescos: Querosene; Pomba de Defunto, Curica, Penca e Jerico; Mirim, Ramé e Boca de Sapo; Vaisquerê, Lata Velha e Mucuim. Dirigente: Guandu Pirento. Risos pra lá de metro!
Minha última parada no giro pela Xapuri City foi na casa do Julinho Figueiredo, centroavante talentoso, no início da década de 1980, que vestiu as camisas do Rio Branco, do Independência, do Atlético Acreano e da seleção acreana de juniores de 1983. Goleador de rara técnica o Julinho!
Flamenguista desde que se entende por gente, o Julinho construiu um espaço atrás da sua residência para reunir os “chegados” nas tardes de sábado, batizando o lugar de Ninho do Urubu. Ali, enquanto as cervejas geladas vão cumprindo a sua missão, o assunto é quase sempre o futebol.
Gostei de rever e conversar com alguns amigos nesse meu breve giro pela terra de Chico Mendes, Adib Jatene, Jarbas Passarinho, Nazaré Pereira, Océlio Medeiros, Armando Nogueira, Cláudio Porfiro… Mas a cidade me pareceu triste. Bem distante dos seus melhores e festivos dias!
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