Após o registro da subvariante da Ômicron, a BQ.1, e uma possibilidade de os números de casos de Covid-19 voltarem a crescer no Acre, a infectologista Cirley Lobato alerta que umas das principais medidas que devem ser adotadas no combate à doença é completar o esquema vacinal, além de relembrar cuidados de higiene.
“Complete seu esquema vacinal, tome as doses de reforço. Se for para locais de grande risco de contaminação, como hospitais, unidades de saúde, use sua máscara, não deixe de fazer a higienização das mãos com água e sabão, usar álcool em gel. As pessoas parece que esqueceram de usar o álcool. Também evite levar as mãos na boca, nariz. São cuidados básicos que não podemos deixar de fazer”, disse.
A subvariante tem causado impacto já em países como China e Estados Unidos, e com casos registrados no Brasil, como no Rio de Janeiro e no Amazonas, a tendência é que voltem as crescer os casos de Covid-19 no país.
A médica diz que, clinicamente, essa nova subvariante não difere das outras cepas, ou seja, o paciente continua apresentando dor de cabeça, tosse, febre, dor na garganta, cansaço. Um sintoma novo, de acordo com Cirley, é o suor noturno, que alguns pacientes se queixam, e uma menor perda do olfato e paladar.
“Mas, o que é mais interessante nesta cepa, que difere, é que ela tem um escape maior da proteção das vacinas, ou seja, a BQ.1 apresenta uma mutação na proteína spike, que permite que eles se liguem e infectem novas células. E ela tem uma evasão dos anticorpos causados pelas infecções naturais, como pelos da vacina. Então, é esperado o aumento dos números de casos, infelizmente”, pontua.
Covid-19 no Acre
Em março de 2020, começaram a surgir os casos de Covid-19 no Estado. Naquele ano, era decretada a pandemia, e foram registrados vários óbitos e casos da doença e também no seguinte, em 2021.
Porém, a vacinação em massa, em todo o país, fez os números de casos reduzirem, de modo que o governo do Acre publicou um decreto revogando a criação do Pacto Acre sem Covid, no mês de outubro deste ano.
Os boletins da Secretaria Estadual de Saúde (Sesacre) passaram a ser semanais, e mostraram uma redução significativa em outubro: apenas 33 ao todo, levando em consideração que os últimos dados contabilizados foram até o dia 28. Até esta data, o estado registrou 149.885 casos de infectados, outros 147.813 tiveram alta médica, e 2.029 pessoas morreram em decorrência da doença.
“Agora, em 2022, as pessoas se sentiram mais à vontade para tirar a máscara, para evitar aglomerações, porém o vírus continuava circulando no nosso meio. E uma das capacidade do novo coronavírus é de mudar, fazer novas subvariantes ou variantes e depois da ômicron, uma capacidade fantástica de se transformar e apresentar novas subvariantes”, explicou a infectologista.