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Luísa Lessa

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Luísa Galvão Lessa Karlberg é pós-doutora em Lexicologia e Lexicografia pela Université de Montréal, Canadá; doutora em Língua Portuguesa pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); membro da Academia Brasileira de Filologia; presidente da Academia Acreana de Letras; membro perene da IWA. Email: [email protected]

Como salvar as línguas indígenas amazônicas?

Luísa LessaporLuísa Lessa
08/11/2022
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Em artigo anterior falou-se sobre a extinção de línguas no mundo. Em particular, comentários sobre o desaparecimento de muitas línguas amazônicas. A argumentação está embasada na estatística de que, hoje, entre 50% e 90% das cerca de 6 mil línguas faladas ao redor do globo poderão desaparecer, ainda neste século, se nada for feito. É algo assustador para estudiosos e curiosos, mas uma verdade da qual ninguém pode fugir. As línguas amazônicas estão em rota de extinção.

Mas por que isso aconteceria? Porque a humanidade caminha para um nivelamento cultural onde existe predomínio de culturas mais fortes de nações poderosas. Esse fato ocasionará uma transformação cultural dos costumes tradicionais para uma nova cultura, uma vez não existir língua sem cultura. Existirá, ao mesmo tempo, as duas culturas: a tradicional e a dominante. Aos poucos, esses povos tradicionais vão perder a identidade cultural, isso em decorrência da transformação na proposta de vida, psicológica, social e cultural.

Mas observe o leitor que essa inquietação sobre a morte de muitos idiomas não vem de hoje. É uma das preocupações da ONU, especificamente por meio do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA). A ONU entende que a liberalização dos mercados do mundo é, talvez, a chave do crescimento econômico para países ricos e pobres, todavia isso não pode ser feito em detrimento de milhares de culturas indígenas e de suas tradições. É preciso, assim, cuidar e preservar as culturas do mundo que se traduzem pelas línguas. Logo, cuidar das línguas é um dever da humanidade.

A UNESCO, também, preocupada com o desaparecimento de muitos idiomas, reuniu um grupo de “experts” para elaborar um plano de salvamento das línguas. Esse grupo tem como integrante a respeitável especialista Colete Grinevald, pesquisadora do Laboratório Dinâmica da Linguagem, da Universidade de Lyon. Sobre as medidas a serem tomadas, diz ela: “é preciso preservar o território das comunidades e proteger suas terras, para que elas possam continuar a viver no seu ambiente. Esse negócio de criar escolas e implantar cursos bilíngües é folclore da Walt Disney”. Ela entende ser preciso lutar contra a aculturação e não deixar que as tribos indígenas se tornem monolíngües, abandonando sua cultura em prol daquela que seja dominante.

Também a Inglaterra e a Alemanha, a exemplo de alguns países, têm despendido recursos em prol do ‘salvamento’ de muitos idiomas. Ressalta-se o Programa de Documentação de Línguas Ameaçadas, ligado à Universidade de Londres, que financia, com recursos do Lisbet Rausing Charitable Fund, 21 projetos, em todo o mundo, para o estudo de línguas em extinção. Na Alemanha, a Fundação Volkswagen financia projetos de documentação de línguas ameaçadas de extinção. Nesses países o Museu Emílio Goeldi foi apanhar dinheiro para o salvamento de cinco línguas do tronco Tupi.

Vêm-se, então, haver recursos disponíveis ao salvamento de muitas línguas e culturas. O que falta, me parece, são instituições e pessoas interessadas em resgatar e preservar esses ambientes lingüísticos e culturais. Por isso mesmo sugeri, tempos atrás, a criação de um “Centro Amazônico Cultural e Lingüístico”, que abraçaria especialistas imbuídos na tarefa de armazenar banco de dados para o estudo e salvamento dessas culturas lingüísticas em processo de extinção.

Esse ‘Centro Amazônico Cultural e Lingüístico’ teria a tarefa de estudar aspectos fundamentais da cultura lingüística regional. A questão primeira seria a valorização das línguas nativas, pois ninguém gosta de falar uma língua que não tenha prestígio cultural. A partir de então seriam implementadas políticas para evitar o fenecimento desses idiomas. Aspecto essencial é o armazenamento de banco de dados capaz de responder indagações de natureza lingüística, antropológica, social e cultural. Logicamente as pessoas devem estar imbuídas de boa vontade, com ações e interesses globais, pois atitudes particulares não conduzem ao sucesso.

Então, assim como grande parte da população indígena foi exterminada no Brasil – Colônia, da mesma forma vem acontecendo a muitos idiomas nativos, ameaçados de extinção em curto prazo, devido ao número reduzido de falantes e baixa transmissão à nova geração. Contribui à continuidade desse extermínio, a perda de territórios e a falta de documentação e registros escritos que possibilitem o estudo dessas culturas. E mesmo que uma língua ainda tenha um número razoável de falantes e pareça saudável, o declínio é inevitável caso seu status seja inferior ao do idioma competidor. Portanto, uma ação política se faz inadiável ao salvamento de muitas línguas amazônicas. É preciso fazer levantamento nacional para determinar os fatos relevantes sobre cada língua e a sua situação E essas ações devem ser vigorosas e rigorosas, sem a utopia de revitalização por meio de listas de palavras, pois uma língua é mais do que isso, uma língua traduz a alma e cultura de um povo.

DICAS DE GRAMÁTICA

MAL CHEIRO ou MAU-CHEIRO?

– Mal opõe-se a bem e mau a bom. Assim: mau cheiro (bom cheiro), mal-humorado (bem-humorado). Igualmente: mau humor, mal-intencionado, mau jeito, mal-estar.

FAZEM CINCO ANOS ou FAZ CINCO ANOS?

– Fazer, quando exprime tempo, é impessoal: Faz cinco anos. / Fazia dois séculos. / Fez 15 dias.

HOUVERAM MUITOS ACIDENTES ou HOUVE MUITOS ACIDENTES?

– Haver, como existir, também é invariável: Houve muitos acidentes. / Havia muitas pessoas. / Deve haver muitos casos iguais.

———–

Luísa Galvão Lessa – É Pós-Doutora em Lexicologia e Lexicografia pela Université de Montréal, Canadá; Doutora em Língua Portuguesa pela Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ; Membro da Academia Brasileira de Filologia: Membro da Academia Acreana de Letras; Pesquisadora Sênior da CAPES.

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