PARA A MAE NOGUEIRA
Na beira de um rio um tanto estreito
Sorridente, linda e um cravo no peito
O amor sempre vai arranjar um jeito
Mesmo com um dos pares contrafeito
De colocar tudo no seu devido lugar.
Era dotado de infinitude o sonho
Num instante, já lhes recomponho
Nada entre eles será enfadonho
O bem-te-vi não tem canto tristonho
A blusa branca e um sorriso juvenil.
Olhava para a água límpida, torrente
De longe ele a observava, atentamente
Farfalhar de folhas exuberantemente
Frescor brando, árvores e uma nascente
Diáfana e cândida e bela a musa sorriu.
Vivem hoje o desabrochar das flores
O rufar retumbante dos tambores
Delícias, estripulias, cores e odores
Almas ávidas, mil mãos em tremores
Juntos, ele e ela, tecem o amanhecer.