O afastamento do ex-governador do Acre Jorge Viana (PT) da presidência da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), nesta segunda-feira, 22, após decisão judicial liminar da 5ª Vara Cível do Distrito Federal, repercutiu no meio político local.
De um lado, opositores históricos do petista ironizaram a ausência de comprovação de fluência em língua inglesa, que motivou a anulação da posse de Viana. Do outro, aliados partiram para a defesa do também ex-senador, que aguarda resultado de um recurso para saber se permanece ou não na estatal.
O deputado federal Roberto Duarte (Republicanos) chamou de “farsa” a nomeação de Viana para a agência e disse que a juíza substituta Diana Wanderlei, responsável pela cassação do petista, “deu um baile”.
“Parece que as habilidades linguísticas do senhor Viana não foram suficientes para impressionar a justiça. Agora resta a ele enfrentar as consequências de sua incompetência linguística e buscar uma aula intensiva de inglês, caso ainda queira aspirar a cargos relevantes”.
Quem também comemorou o afastamento de Viana foi o senador Márcio Bittar (União Brasil), histórico adversário do petista. Em suas redes sociais, o parlamentar pede que ele devolva todo o salário obtido nos meses em que ocupou a presidência do órgão.
“Vamos falar o português claro: agora não só o Acre, mas o Brasil todo está sabendo que o forte de Jorge Viana não é o inglês, e sim mudar as regras quando lhe favorece”, disse Bittar, ao acusar o petista de alterar o estatuto da Apex para se beneficiar.
Por outro lado, o ex-governador do Acre Tião Viana (PT) usou seu perfil no Instagram para prestar “integral” solidariedade ao irmão. Ele insinuou que a decisão liminar foi tendenciosa e que os aliados do ex-senador seguem altivos e de cabeça erguida. “Jorge Viana seguirá como um grande quadro gestor e da grande política”.
O ex-deputado estadual Daniel Zen, também do PT, foi mais incisivo em sua defesa ao presidente afastado da Apex. Ele classificou a decisão da juíza substituta como anacrônica, desarrazoada e sem correta fundamentação jurídica.
“Jorge é autodidata na língua inglesa e maneja bem o idioma, tendo exercido distintos cargos/funções que lhe exigiam o uso da comunicação oral em inglês, cumprindo assim tal exigência. Tenho certeza que a decisão será revertida em instância superior”.