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Família de jovem morto na Expoacre protesta no Centro de Rio Branco

Na manhã desta segunda-feira, 28, familiares e amigos do jovem Wesley Santos, assassinado pelo policial penal e ex-diretor do presídio de Senador Guiomard, Raimundo Nonato Veloso da Silva Neto, 38 anos, na última noite de Expoacre 2023, protestaram no Centro da Capital acreana.

A manifestação ocorreu no dia em que foi realizada uma audiência pública na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), para discutir o tema do porte de armas por agentes de Segurança Pública em locais de festa e estabelecimentos que vendem bebidas alcoólicas.

O deputado Adailton Cruz (PSB), responsável por um Projeto de Lei que busca proibir o porte de armas em eventos festivos, solicitou o debate.

Na audiência estiveram presentes parlamentares, representantes do Ministério Público do Acre (MP-AC) e das polícias Militar, Civil e Penal. Durante sua introdução, Cruz enfatizou o propósito de compreender as legislações vigentes relacionadas ao direito de portar armas por agentes fora de serviço.

O deputado expressou que a intenção é escutar os agentes e, caso se constate que existem mecanismos suficientes de monitoramento e fiscalização, ele até cogita desistir do projeto de lei.

Por outro lado, o representante da Polícia Civil do Acre, delegado Alex de Souza Cavalcante, argumentou que o porte de armas, mesmo fora do expediente, é um direito garantido aos agentes. Ele destacou a necessidade de atualizar e discutir a legislação, classificando o porte de armamento como uma medida de proteção.

Joélison Ramos de Sena, presidente do Sindicato dos Policiais Penais (Sindpen), foi além ao criticar propostas que buscam proibir agentes de segurança pública de portar armas fora do horário de trabalho. Embora enfatizando a necessidade de fiscalização, ele argumentou que negar esse direito deixaria os agentes desprotegidos, e mencionou a dificuldade de evitar situações onde os agentes excedem o uso das armas.

A mãe de Wesley Santos, Iza Souza Santos, também se pronunciou durante a audiência. Ela exigiu uma punição severa para o policial penal, que permanece em liberdade enquanto o caso é investigado. “O que mais nos machuca é saber que ele, o policial, está em casa enquanto meu filho está morto. Ele tirou a vida de um inocente”, disse.

Respondendo às alegações de abalo psicológico do policial penal, Iza Santos declarou: “Se ele está sofrendo com problemas psicológicos, que procure ajuda profissional e que pague pelo crime que cometeu”, desabafou Iza.

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Dell Pinheiro: