O fisiculturista acreano Ramon Dino deu entrevista ao podcast Inteligência Ltda, comandado pelo comediante Rogério Vilela, no qual comentou sobre diversos assuntos, entre eles o início de carreira e um pouco infância, quando ainda morava em Rio Branco, capital acreana.
Dino comentou que, quando criança, era mais baixo e mais “cheinho” se comparado aos irmãos, mas que sempre foi ligado aos esportes. “Sempre gostei muito de esporte, capoeira, artes marciais, jogava muito futebol na rua e capoeira na escola”, recordou ele.
O atleta contou um pouco sobre como a família dele chegou ao Acre e as lembranças acerca do estado. “Meu pai veio de São Paulo com minha avó, e foi para o Acre para tentar a vida ; aí, por lá, conheceu minha mãe. O Acre é quente, como Manaus; as diferenças maiores são na parte da cidade mesmo. O Acre é quente pra caramba e tem dinossauros lá”, brincou Dino, em tom descontraído, durante a entrevista.
Quando perguntado sobre o começo da carreira no estado, Dino explica que sempre foi “um cara grande”, e que apesar da ótima genética, o começo foi difícil, principalmente pelas condições financeiras.
“Na escola, andava com a manga levantada e tudo. O pessoal falava: esse menino parece do terceiro ano, enquanto eu era um dos mais novos ainda. Quando comecei, fiz um mês de academia, mas não tinha condições de manter, era uma academia simples, na casa do dono mesmo, mas foi ali que comecei”, conta ele.
Após isso, com um pouco de conhecimento, Ramon começou a realizar sua rotina de exercícios de calistenia, no Horto Florestal, por ser um ambiente que proporciona condições mínimas e é gratuito.
“Lá dentro, tem barras, paralelas e tudo mais pra fazer esse tipo de exercício, então, como era aberto, era livre, tava aqui minha academia e eu ia ali. Tinha dias que chegava às nove da manhã, ia até meio dia, uma hora, parava para comer, e voltava pra continuar. Fiz isso por vários meses”, explica.
Sobre o início de carreira, o vice-campeão do Mr.Olympia 2023 diz que só conhecia o esporte pelo lado de fora, e que não sabia muito sobre como as coisas aconteciam.
“O bodybuilding eu só conhecia por fora né, até vivenciar aquilo. Quando aconteceu, eu me apaixonei, vi que era realmente era o que eu queria. Fiz minha primeira competição, nos consagramos campeões, mas o pessoal me falava: treina perna e muda a categoria. No outro ano, mudei de coach, estava com o Giovani Sampaio, fui campeão de novo e aí consegui uma vaga pro campeonato nacional em Florianópolis”.
Sobre as dificuldades em início de carreira, ele diz que fazia rifas em Rio Branco, nas academias que passava, para conseguir custear a viagem para o campeonato nacional, além de vender objetos pessoais a fim de levantar alguns fundos.
“A gente fez muita rifa lá em Rio Branco. Nas academias que a gente ia, muitas delas abriram espaço pra gente poder treinar de graça, vendi muita coisa minha pra poder comprar minhas refeições, que eram só arroz e ovo. Eu falava pro coach: ‘eu não tenho condições de comprar filé, de comprar peixe, só consigo manter arroz e ovo, você acha que tem como?’. E ele disse: ‘rapaz, vamos tentar, vou te mandar o quanto você tem que consumir e vamos tentar”, relatou o atleta, acerca do seu início de trajetória.
“Com o dinheiro das rifas, consegui pagar as passagens e o hotel pra competir. Se você realmente acredita nos seus sonhos, mete o pé. Tudo o que é difícil, depois tem as recompensas”, destacou o atleta sobre seguir seus objetivos com afinco.