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Vivemos para nós

Sócrates tinha o costume de falar aos jovens em ginásios pensados para a prática esportiva, a ideia da alma surgiu para o conceito a partir da contemplação, que começou observando e terminou com a apreciação do corpo durante a atividade física; eu imagino que as conversas entretinham os atletas entre um exercício e outro, o corpo jamais esteve separado da alma, a mistura fica evidenciada no suor, pois você vê os músculos e percebe a alma, que eu entendo como uma abertura para o mundo em meio ao qual sentimos a presença e compreendemos o espírito.

Por ser apaixonada pela atividade física penso que o suor tem uma carga poética elevada, pelo suor compreendemos o corpo em pleno vigor, no suor o corpo não está somente expelindo água, limitando o entendimento à parte funcional da fisiologia perdemos o sentido metabólico que apreende o organismo regido pela alma; acho até que limpa os poros, mas a poesia fica mais bela quando vemos no suor o resultado do esforço, você trabalha a musculatura e na medida em que sente os efeitos do movimento o corpo surge banhado de suor. Os efeitos apontam a causa e então voltamos à repetição, as mudanças ficam reduzidas pela opinião, eu acho que estou indo bem, pelo menos é essa a impressão que tenho quando me olho no espelho; uma vez que voltamos os olhos para o outro que nos questiona o entendimento buscamos aí o resultado que dá sentido ao desenvolvimento, a evolução caminha mais decidida ao lado da liberdade.
As transformações nos deixam mais confiante; sem pretender nenhuma alteração que nos tire as formas que em muitas bocas soa tão vulgar.

O corpo propriamente brasileiro, não é fisiculturista, as formas mais belas foram desenhadas por Maurício de Souza e descritas por Ziraldo, a sensualidade é você que imprime à correção, pois ignorando todo o mundo vivemos para nós mesmos.

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