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Ratos, fezes, mau cheiro e goteiras: Alunos do CEBRB denunciam más condições na escola

Foto: Leandro Chaves

Uma das escolas mais antigas e tradicionais da capital acreana, o Colégio Estadual Barão de Rio Branco (CEBRB) sofre com a falta de manutenção e tem sido alvo de constantes reclamações de alunos.

Após denúncias feitas à reportagem, A GAZETA foi até a unidade de ensino, situada no coração da cidade, e atestou as más condições às quais os estudantes são submetidos na escola de ensino médio, onde estudam mais de mil alunos.

Esgoto mal tampado, goteiras nas salas, mau cheiro, fiação elétrica exposta e ares-condicionados quebrados são apenas algumas das situações relatadas pelos adolescentes e confirmadas pela reportagem.

Escola está situada no Centro de Rio Branco – Foto: Leandro Chaves

No colégio, existem vários laboratórios, porém, a maioria se encontra sem funcionamento, como o de Matemática, por exemplo. No de Música, os instrumentos sonoros estão largados ao chão, sem uso.

Já na quadra esportiva, a água suja de um bueiro invade o espaço e, segundo os alunos, atrapalha as atividades físicas. Os jovens afirmam, ainda, que ratos circulam livremente pelo ambiente, à luz do dia.

“É muito comum a gente ver ratos pelos cantos da escola. Sem contar que não há higiene e estrutura adequadas nos banheiros. Muitas descargas não funcionam e faltam mictórios e chuveiros, com os alunos precisando se revezar para usá-los. Como uma escola dessas tem condições de ofertar ensino integral?”, questiona João Vítor, de 17 anos, que estuda a segunda série no CEBRB.

Os problemas não param por aí. Várias cadeiras e objetos velhos, como sofás, estão amontoados em ambientes escuros, servindo como esconderijo, segundo os estudantes, para roedores e gatos.

Foto: Leandro Chaves

Os felinos, ainda de acordo com os alunos, defecam no mesmo ambiente em que os adolescentes se alimentam, ocasionando mau cheiro e colocando em risco a saúde dos jovens.

Nas salas de aula, várias janelas de vidro estão quebradas e a coordenação precisou improvisar os buracos com papelão. Além disso, a biblioteca está com goteiras, e abriga, além dos livros, alguns entulhos.

Entulhos dividem espaço com livros na biblioteca do CEBRB – Foto: Leandro Chaves

“Refeição horrível”

A estudante Sabrina Rodrigues tem 16 anos e também faz a segunda série do CEBRB. A jovem tem problemas pulmonares e afirma que o cheiro de mofo e a falta de manutenção nos ares-condicionados pioram sua condição de saúde. No início deste ano, ela tentou matrícula em outra escola pública, mas, por falta de vaga, foi obrigada a permanecer no Barão de Rio Branco.

Além das más condições na estrutura, ela reclama das refeições servidas aos alunos. “Existe um cardápio que informa que será servido frango, carne e macarronada, por exemplo, mas eles servem ovo. A comida é horrível, sem gosto, e às vezes não tem nada para servir e eles acabam liberando a gente mais cedo. Também falta água para beber”, lamenta a jovem.

Alunos dizem que cardápio não é seguido – Foto: Cedida

A reportagem teve conhecimento que, em certa ocasião, a escola recusou carne por duas semanas seguidas, alegando falta de espaço no freezer, que estaria lotado de comida.

A GAZETA entrou em contato com a diretora Angela Nunes, que negou o mau gosto da alimentação. “Sempre ouvimos os alunos e eles relatam que gostam muito da comida das merendeiras”.

Típica sala de aula do CEBRB – Foto: Leandro Chaves

Sobre o cardápio, a gestora explica que sempre que a escola recebe ovos é preciso que eles sejam consumidos rapidamente para não estragarem, o que justificaria o item ser servido com frequência.

“Em relação a manutenções que a escola possa precisar eventualmente, todas são encaminhadas da forma correta para a Secretaria de Estado de Educação [SEE]”, esclareceu, acerca das reformas.

Com privadas interditadas, alunos precisam se revezar para usar banheiro – Foto: Leandro Chaves

Questionada sobre quando os laboratórios fechados voltarão a funcionar, Nunes respondeu que em questão de meses eles estarão “mais organizados. Estamos em andamento”, concluiu.

Autonomia escolar

Procurada, a SEE informou, por meio de sua assessoria de comunicação, que as unidades de ensino possuem autonomia para lidar com certos tipos de problemas, como a desratização, por exemplo. Sobre a alimentação, a pasta verificou não haver registro de problemas com entrega de alimentos para o CEBRB. “A escola recebeu todos os itens necessários para o cumprimento do cardápio estabelecido”.

A respeito da infraestrutura do colégio, a SEE admitiu que a reforma do espaço é de sua responsabilidade e informou que foram feitos contratos novos para manutenção e que aguarda os trâmites para assinar a ordem de serviço e dar início às obras.

Na manhã desta quinta-feira, 21, o secretário de Educação, Aberson Carvalho, fez uma visita surpresa ao CEBRB para fiscalizar o cardápio e averiguar as condições físicas da escola.

Foto: Leandro Chaves
Foto: Leandro Chaves
Foto: Leandro Chaves
Foto: Leandro Chaves
Foto: Leandro Chaves
Foto: Leandro Chaves
Foto: Leandro Chaves
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