O Acre perdeu 12% das áreas naturais nos últimos 39 anos, segundo dados divulgados pelo MapBiomas nesta quarta-feira, 21. De acordo com o relatório, o estado passou de 97%, em 1985, para 85%, em 2023.
O estudo analisa as perdas das áreas naturais que incluem vegetação nativa, superfície de água e áreas naturais não vegetadas.
No estado acreano, o percentual de área de pastagem passou de 3% em 1985 para 15% no ano passado. Ou seja, teve um crescimento de 12% em 39 anos.
No ranking entre os estados com maior proporção de vegetação nativa, o Acre ficou em 4º lugar. Conforme o relatório, o Amapá ficou em 1º lugar, com 95%, seguido do Amazonas (95%) e Roraima (93%). Já os estados com menor proporção de vegetação nativa são Sergipe (20%), São Paulo (22%) e Alagoas (23%).
Ainda segundo o estudo, os estados com maior proporção de municípios com perda de vegetação são Rondônia (96%), Tocantins (96%) e Maranhão (93%).
A Amazônia foi o bioma que mais perdeu áreas de vegetação nativa. Foram 55 milhões de hectares perdidos, isto é, uma redução de 14% nos últimos 39 anos.
Com a diminuição, segundo o relatório, o bioma tem, atualmente, 81% coberto por florestas e vegetação nativa, um percentual muito próximo à margem estimada pelos cientistas para seu ponto de não retorno.
De acordo com o coordenador geral do MapBiomas, Tasso Azevedo, a diminuição das áreas naturais representa um aumento nos riscos climáticos.
“A perda da vegetação nativa nos biomas brasileiros tende a impactar negativamente a dinâmica do clima regional e diminui o efeito protetor durante eventos climáticos extremos”, afirmou.