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Ministra Marina Silva defende autonomia do Ibama em decisão sobre petróleo na foz do Amazonas

Ministra Marina Silva defende autonomia do Ibama em decisão sobre petróleo na foz do Amazonas

Foto: Mario Agra/Câmara dos Deputados

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirmou que a decisão sobre a exploração de petróleo na foz do Amazonas deve ser tomada de forma independente pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Segundo a ministra, a avaliação deve seguir critérios técnicos e legais, sem interferências externas.

A Petrobras busca a liberação de uma licença ambiental para explorar petróleo na região conhecida como Margem Equatorial, ao norte do país. No entanto, o Ibama já negou um pedido de perfuração apresentado pela empresa, solicitando previamente uma Avaliação Ambiental de Área Sedimentar (AAAS) para a região.

A questão ganhou maior destaque após a posse do senador Davi Alcolumbre (União-AP) na presidência do Senado Federal, ocorrida no último sábado, 1º. Alcolumbre é um dos principais defensores da exploração petrolífera na área.

Marina Silva reforçou que a decisão não cabe ao Ministério do Meio Ambiente, mas sim ao Ibama, órgão responsável pela análise ambiental. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também comentou o assunto, declarando que não se trata de uma atribuição da ministra, mas do Ibama, que deve avaliar a questão com base em critérios técnicos.

“Ganhou destaque no debate público um processo de licenciamento que se encontra em análise pelo Ibama para a realização de pesquisas de exploração de petróleo na bacia da foz do Rio Amazonas, na chamada Margem Equatorial”, iniciou a ministra.

A Petrobras prevê um investimento de US$ 3,1 bilhões para exploração de petróleo e gás na região da Margem Equatorial, que se estende do Rio Grande do Norte ao Amapá. A expectativa é de perfurar 16 poços nos próximos cinco anos.

Em 2023, o Ibama indeferiu o pedido da Petrobras para perfuração na Foz do Amazonas, no bloco FZA-M-59. O órgão solicitou uma avaliação ambiental de área sedimentar (AAAS), que permite identificar áreas em que não se pode realizar a extração de combustíveis fósseis.

Em nota, Marina Silva reforçou a importância da análise técnica do órgão em virtude da complexidade do projeto. “Cabe ao Ibama, de acordo com o que está previsto na lei, avaliar se os projetos estão de acordo com os critérios nela previstos. Como não poderia deixar de ser, consiste em uma análise de natureza técnica. É um procedimento que se atenta aos aspectos socioambientais do projeto.”

A ministra do Meio Ambiente pontuou que não cabe à pasta dela ou do Ministério de Minas e Energias definir qual será o futuro da exploração na Margem Equatorial.

“Tanto MMA quanto Ibama não dificultam nem facilitam os processos de licenciamento, mas cumprem o que mandam a legislação e os procedimentos nela respaldados. É assim que funciona um governo republicano”, enfatizou a ministra.

Com informações do Metrópoles

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