“O Brasil inteiro faz isso, todo mundo. O governador de Minas Gerais nomeou a esposa dele, nomeou também, acredito, a irmã dele. Você nomeia as pessoas que têm confiança”. Foi assim que o prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom, respondeu À GAZETA quanto à nomeação da esposa, Kellen Bocalom. Em publicação desta terça-feira, 11, do Diário Oficial do Estado (DOE), Kellen – que é advogada – foi nomeada como chefe de Gabinete da Prefeitura.
O assunto ganhou repercussão ainda na terça-feira, 11, e, nas redes sociais, muitos enfatizaram que a situação era irregular. Na verdade, conforme resposta da Prefeitura, a nomeação do cônjuge do prefeito para cargo equivalente ao de Secretário Municipal (agente político), por se tratar de cargo político, de natureza política, não caracteriza violação a súmula vinculante nº 13.
Ainda segundo Bocalom, Kellen é uma pessoa que se dedicou 14 anos ao trabalho, inclusive, tendo trabalhado por 10 anos no Departamento Estadual de Água e Saneamento do Acre (Depasa).
“Todo mundo sabe dos problemas que esse Depasa teve ao longo desses 10 anos, e pergunta se ela tem algum problema lá dentro do Depasa. Não tem. E ela era procuradora jurídica, então os pareceres dela sempre foram muito firmes. E em função de não terem sido acatados, evidentemente, gerou uma série de problemas. Mas ela não responde a nada, o que significa que é uma pessoa competente e que, com certeza, vai me ajudar muito aqui”, explicou.
Ainda de acordo com o gestor municipal, no gabinete, é necessário uma pessoa que, além de ser de confiança, possa ajudá-lo no desenvolvimento do trabalho. “Não tem nada de mais. A nossa Procuradoria Geral do Município buscou todos os fundamentos. É claro que aqueles que são contra nós vão ficar a vida choramingando, porque eles estavam no governo passado também. Quem não se lembra de quantos Vianas nos tínhamos nos governos passados? “, questionou, em referência aos antigos governadores Tião e Jorge Viana, do PT. “Qual é o problema? São pessoas capacitadas, pessoas competentes que entram para trabalhar para ajudar no desenvolvimento da nossa cidade, do nosso Estado. Eu acho que o reclame é natural, é o choro do surubim”.
Ao ser questionado como recebeu a notícia de que Ministério Público do Acre (MPAC) iria investigar a nomeação de Kellen, Bocalom foi categórico. “Pode encaminhar a investigação. Nós estamos embasados em lei. Eu tenho aqui o parecer jurídico da Procuradoria Geral do nosso município. E volto a insistir: no Brasil inteiro tem isso. A maioria dos prefeitos nomeia suas esposas para quê? Para ser secretária de Assistência Social. Como eu tenho uma pessoa que eu confio muito na assistência social, trago a Kellen para o gabinete, que é onde eu preciso muito desse suporte de pessoas que sejam confiáveis”.
O prefeito também respondeu em relação às pessoas que acham que, embora não seja ilegal, a nomeação seja imoral, já que se remete a um cônjuge. “Imorais são essas pessoas que falam isso. Todo mundo sabe o que aconteceu nos governos passados, então eu não vou nem discutir isso. Essa turma que fala que é imoral, com certeza, quando vê um dinheirinho, fica doidinho para poder meter a mão no dinheiro público. E eu não aceito isso”, finalizou.
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