A temporada de queimadas já dá sinais preocupantes no Acre, e seus efeitos começam a impactar diretamente a saúde e o cotidiano da população. Nesta sexta-feira, 25, Rio Branco amanheceu como a segunda cidade mais poluída do Brasil, segundo a plataforma suíça IQAir, que mede em tempo real a qualidade do ar em diversos países.
O índice de partículas inaláveis (PM2,5) registrou 13,1 microgramas por metro cúbico (µg/m³), o que representa 2,6 vezes o limite anual recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A classificação é considerada “moderada”.
A classificação de “qualidade moderada do ar”, segundo os padrões da IQAir, não significa ausência de riscos, mas sim que grupos sensíveis, como crianças, idosos e pessoas com doenças respiratórias, já estão vulneráveis. Com a previsão de que os focos de calor continuem aumentando, a tendência é que a situação se agrave ainda mais.
Mês de julho com escalada de queimadas
Ainda segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), 127 focos de incêndio foram registrados somente nos primeiros 24 dias de julho — mais da metade de todos os focos detectados ao longo do ano (199). Para efeito de comparação, junho teve apenas 21 focos, o que demonstra um aumento de mais de 500% de um mês para o outro.
Baixa umidade
Além das queimadas, o cenário de seca severa e calor extremo agrava ainda mais a situação ambiental. O Rio Acre atingiu hoje a marca de apenas 1,57 metro, o nível mais baixo registrado em 2025 até agora. A Defesa Civil de Rio Branco contabiliza 38 dias consecutivos sem chuvas significativas, o que pode comprometer, inclusive, o abastecimento de água.
O clima seco e quente ajuda no alastramento do fogo e compromete a saúde da população, podendo causar irritações nos olhos, pele ressecada, dificuldades respiratórias, sangramentos nasais e agravamento de doenças preexistentes.