O vereador Eber Machado elevou o tom das críticas ao sistema de transporte coletivo de Rio Branco durante a sessão da Câmara desta terça-feira, 4. Segundo ele, a capital acreana vive “a pior situação do Brasil” quando o tema é ônibus urbanos, e a responsabilidade não é apenas da prefeitura.
“Nós temos hoje a passagem mais cara do Brasil e o pior transporte público oferecido no Brasil”, disparou o parlamentar. Ele reclamou que os ônibus quebrados já se tornaram parte do cotidiano dos usuários.
“Ônibus velhos que deixaram nossos trabalhadores e estudantes pelo meio da rua, debaixo do sol e debaixo de chuva. Isso virou rotina”, afirmou.
Machado responsabilizou diretamente o Legislativo pela continuidade do problema. “Essa Casa é talvez a maior responsável por isso. Nós temos todas as condições de lutar pelo fim dessa patifaria e dessa safadeza”, disse, em referência ao contrato mantido com a empresa Ricco, que opera o transporte na capital.
Segundo ele, a concessionária já recebeu somas milionárias sem entregar um serviço minimamente digno.
“Essa Ricco que está aí já enricou muito nego em Rio Branco. Já levou mais de R$ 200 milhões e deixa essa situação vergonhosa, vexatória”, criticou. “E essa Casa está se omitindo, sim. Isso é verdade”, completou.
O vereador também responsabilizou o prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom, por não ter cumprido uma promessa de campanha. “Nós temos um prefeito que teve medo de abrir a caixa preta. Ele disse que abriria doesse a quem doesse. Mas não abriu porque é uma máfia”, afirmou.
Críticas ao Ministério Público e Tribunal de Contas
Eber Machado direcionou críticas ainda mais duras aos órgãos de fiscalização. “Não está ficando feio somente para a Prefeitura de Rio Branco, não. Está ficando feio para o Ministério Público e para o Tribunal de Contas do Acre”, declarou.
Ele relembrou falas recentes do governador Gladson Camelí para reforçar sua tese. “Estou quase concordando com o governador: o Ministério Público não tira a bunda da cadeira. Se tirar, vai dar merda. Foi ele quem disse”, citou.
O parlamentar questionou se haveria receio de responsabilizar quem tem poder político.
“Será que estão com medo de sentar na gamela do governo?”, provocou. “Vamos agir enquanto ainda há tempo”, concluiu.







