O verão começa oficialmente neste domingo, 21, às 10h03 (horário de Rio Branco), e deve repetir um cenário já conhecido dos acreanos: muito calor, alta umidade e chuvas frequentes, sem grandes extremos fora do padrão histórico. A avaliação é do pesquisador climático Davi Friale, que aponta para uma estação marcada por volumes de chuva dentro da média climatológica, embora com risco pontual de transtornos causados por temporais intensos e elevação rápida dos rios.
Com o solstício de verão, o Sol atinge sua posição mais ao sul do planeta, ficando verticalmente sobre o Trópico de Capricórnio. “É a estação com o maior tempo de exposição ao Sol”, explica Friale. Esse fator intensifica o calor e aumenta a evaporação da água, o que favorece a formação das chuvas. “É por isso que o verão concentra o maior volume de precipitações na maior parte do hemisfério sul”, completa.
No Acre, o verão é marcado por chuvas frequentes e, em geral, passageiras. “A maioria dura entre 30 minutos e duas horas”, destaca o pesquisador. Em alguns dias, no entanto, pode chover por até 12 horas ou mais, embora com intensidade fraca. Já as chuvas fortes ou muito fortes “raramente ultrapassam duas horas consecutivas”.
Os registros históricos mostram que fevereiro costuma ser o mês mais chuvoso em Rio Branco, Sena Madureira e Brasileia, enquanto março lidera os volumes em Cruzeiro do Sul e Tarauacá. Friale lembra que eventos extremos já ocorreram: “Em Rio Branco, a maior chuva em 24 horas foi de 159,2 milímetros, em fevereiro de 2018”. Em Cruzeiro do Sul, o recorde é ainda mais antigo, com 161,6 milímetros, registrados em março de 1931.
Apesar da previsão de chuvas dentro da média, Friale faz um alerta importante. “Isso não significa que não haverá cheias”, enfatiza. Segundo ele, “basta uma chuva intensa concentrada numa pequena área para que o nível de um rio atinja rapidamente as cotas de alerta ou de transbordamento”.
Em relação às temperaturas, o pesquisador explica que o verão apresenta as maiores médias do ano, mas não os extremos mais severos. “A elevada umidade e as chuvas frequentes impedem variações muito bruscas”, afirma. As máximas costumam ficar entre 29ºC e 32ºC, podendo ultrapassar os 34ºC, enquanto as mínimas variam entre 21ºC e 24ºC em todo o estado.
As massas de ar polar são raras entre dezembro e fevereiro. “Quando ocorrem, são fracas”, observa Friale, acrescentando que elas começam a se manifestar com um pouco mais de intensidade apenas em março, já na transição para o outono.
No balanço final, a previsão é de equilíbrio. “As chuvas devem ficar entre 20% acima ou 20% abaixo da média climatológica”, resume o pesquisador. “Pode chover mais em um mês e menos em outro, mas, no conjunto do verão, tudo indica um cenário de normalidade”.







