Um tiro disparado pelas costas da estudante Emanuela da Silva Souza, 33 anos, interrompeu as lutas travadas por ela que se encaminhava para o primeiro dia de aula no Instituto Federal do Acre. O disparo foi feito durante um assalto quando ela estava trafegando em uma moto pelo conjunto Procon perto do Horto Florestal e dois homens em uma outra moto chegaram e obrigaram a vítima parar.
A vítima teria entregado a moto sem reagir, mas, mesmo assim, um dos acusados atirou. Duas viaturas do Samu estiveram no local, mas ela não resistiu ao ferimento. O veículo foi encontrado logo após o crime próximo ao Teatrão.
A Polícia Civil do Acre já teve acesso às imagens das câmeras de segurança que ficam próximas ao local do crime, para tentar identificar os autores. A motocicleta da vítima passou por perícia na manhã desta terça-feira, 3, para tentar identificar as digitais dos suspeitos.
Enquanto isso, indignados pela falta de segurança, servidores do Instituto Federal do Acre (Ifac) e amigos da estudante fizeram um protesto.
A diretora substituta do campus Rio Branco do Ifac, Paula Daniela, cobrou respostas das autoridades competentes para que o caso de Emanuela não se torne mais um número nas estatísticas de crimes violentos no estado.
“A gente fica muito triste. A Emanuela era uma aluna cheia de vida, uma aluna exemplar. Estamos revoltados, não vamos nos calar e queremos respostas. Não aguentamos mais a vulnerabilidade da nossa cidade. Ela era uma vida com importância. Temos nessa instituição alunos, pessoas que querem futuro. A sociedade não aguenta mais. Esse é o meu clamor como gestora, servidora e cidadã”, destacou.
De acordo com familiares, Emanuela era formada em técnica de segurança do trabalho, gestão ambiental e tinha interrompido recentemente a faculdade de medicina, na Bolívia, para cuidar da mãe que tinha câncer. Porém, a mãe dela morreu da doença há um mês.
Além disso, a estudante vendia ovos de codorna para pagar o aluguel e ajudar nas demais despesas. Emanuela estava desempregada.