Durante mais de três milê-nios, os portadores de hanse-níase (doença infecciosa conhecida por lepra ou morféia) vêm sendo injustamente discriminados pela sociedade. Para combater esse preconceito e desmistificar determinadas noções sobre a doença, os alunos do 6º período de Medicina da Ufac promovem amanhã, às 8h, no auditório do CRM/AC, um painel geral sobre Hanseníase. A exposição procura esclarecer processos médicos e gerais sobre a moléstia e é destinado aos profissionais de saúde, porém, também é adaptada para o entendimento do público em geral.
De acordo com Priscyla Garcia, acadêmica de medicina da Ufac e uma das organizadoras, o painel faz parte de uma metodologia da disciplina Medicina da Família Especial, do 6º período. Segundo ela, todo ano os alunos do período em questão ficam responsáveis em promover quatro painéis sobre alguma temática popular. Neste ano, já foram realizados três deles (H1N1, Violência Fami-liar e Drogas). A exposição sobre Hanseníase será o quarto trabalho, organizado por 9 acadêmicos do curso.
“É uma iniciativa nossa com a instituição, no sentido de trazer profissionais capacitadas no assunto para tratá-lo de maneira clara. Isto é, não seremos nós, alunos, que ministraremos o pai-nel e sim especialistas experientes. E o mais interessante é que eles estarão abordando a doença sobre vários ângulos, desde a transmissão, sintomas e diagnósticos até a evolução, tratamento e manejo com os infectadas. Esperamos um público de 200 pessoas, justo por se tratar de um tema ainda presente na sociedade acreana, no qual é muito importante saber como se prevenir”, disse a jovem.
Para as palestras, os alunos/ organizadores convidaram o hansenôlogo William Wood, o médico Rodrigo Silveira, a enfermeira Franciele e a infectologista Amanda Costa. Para humanizar o debate e contar com a experiência de quem já trabalha com a doença, também foram convidados membros da Colônia Souza Araujo e do Mohan (Movimento de Reintegração das Pessoas atingidas pela Hanseníase).