Os deputados oposicionistas comemoram muito a vitória do novo prefeito de Feijó, Dindim Pinheiro (PSDB). Grande parte dos debates da sessão de ontem, na Aleac, girou em torno do assunto. Não faltaram comparações de tendências e projeções eleitorais para o pleito de 2010. Os deputados oposicionistas criticaram duramente a maneira de fazer política da Frente Popular e do Governo.
Irritado, o líder do governo, deputado Moisés Diniz (PCdoB), subiu à tribuna para dizer que a tentativa de estadualizar o resultado de Feijó é um erro da oposição. “A eleição de Feijó nós perdemos para nós mesmos. A candidata Jaciara do PT teve apenas 18 dias entre o anúncio da sua candidatura e a eleição. Ela não visitou 10% dos seringais, não teve tempo para dialogar com o povo e construir alianças. É como se o presidente Lula (PT) lançasse a Dilma (PT) para sucedê-lo com 18 dias das eleições para enfrentar o Serra (PSDB) que está há oito anos no processo. Dentro do PT, do PCdoB, do PSB e do PP, os quatro principais partidos da FPA, tinham grandes lideranças apoiando o Dindim. A oposição não pode agora querer estadualizar e dizer que a eleição de Feijó é igual a situação do Acre, isso não existe. A realidade lá foi outra muito diferente do que acontece politicamente no Estado para 2010”, desabafou.
Outro argumento do líder foi que nem sempre uma prefeitura na mão de um grupo político se reflete em votos. “Dependendo do prefeito é preferível não ter o apoio. O Dindim pode ser um bom cabo eleitoral da oposição como pode também atrapalhar. Pode ser um bom prefeito ou espatifar Feijó que está muito bem cuidada. É preciso entender que não foi a FPA a derrotada, mas o jeito de fazer política dividida. Não é que o povo de Feijó tenha avaliado as administrações da FPA, mas foi uma conjuntura local que determinou o resultado da eleição”, ponderou.
Apesar de ter participado da eleição feijoense do lado da candidata petista, Moisés, garante que o Governo irá ajudar o novo prefeito. “O governador vai fazer uma exposição, na Aleac, do Pró-Acre e, seja prefeito da situação ou da oposição, vai ter recursos. Por isso, o Dindim vai ter sim o apoio do Governo do Acre para trabalhar”, garantiu.
A visão dos opositores
O deputado Donald Fernandes (PSDB) discordou radicalmente das explicações do líder do governo. “O deputado Moisés Diniz não quer estadualizar o resultado porque perdeu. Se tivesse ganhado estaria fazendo a louvação a Feijó e os elogios se estenderiam ao Governo. Entendo muito bem o que é uma derrota dentro da própria casa. Feijó era um reduto da FPA que agora caiu. A população do Acre está se decepcionando com o PT. Temos agora Cruzeiro do Sul, Feijó e a próxima será Sena Madureira. Entendo que aí tem um recado que se a FPA for inteligente vai saber decifrar”, ressaltou.
O parlamentar tucano acredita no reflexo do resultado de Feijó para o pleito de 2010. “Se o PT conta com Rio Branco para decidir uma eleição nós podemos pensar que temos três importantes redutos eleitorais no interior. Por isso, nós estamos dizendo que é preciso de muita prudência para que a próxima eleição seja bem limpa e eficaz”, concluiu.