Os moradores de mais de 50 casas da rua da Prata, bairro Airton Sena, fecharam ontem a tarde, por volta das 14h, a rua Jatobá (via asfaltada que atravessa a rua da Prata) com madeiras, pneus, caixotes e até um fogão velho, para protestar contra a não finalização de uma obra de encanamento da prefeitura. O bloqueio foi promovido como forma de alerta à situação precária em que a rua da Prata se encontra há 6 meses, quando escavadeiras entraram na ruazinha de barro para repor o sistema de esgoto, mas não fecharam devidamente os buracos cavados para os canos, que só cresceram com a ação da chuva, alagando toda a via.
Caso nenhuma providência seja tomada para resolver o problema, os moradores já avisaram que interditarão a rua principal do Airton Sena para protestar contra o desrespeito do poder público com os residentes da rua em questão.
De acordo com Francisco Feitosa da Silva, morador da rua da Prata, desde que os caminhões entraram no local a via ficou destruída. Agora, todas as vezes que chove é um verdadeiro sacrifício para os mais de 150 moradores que só têm acesso de suas casas para o restante das ruas do Airton Sena pela da Prata. “Desde que cavaram para fazer esse encanamento, tudo o que tivemos é prejuízo. Quando chove é um dilúvio. Poxa, se quisessem melhorar a nossa rua, pelo menos que fizessem um trabalho direito e não deixassem desse jeito. Quando chove, a água chega até o joelho da gente”, desabafa.
O serralheiro também conta que todas as vezes que os moradores tentaram pelo menos colocar algumas britas na rua para amenizar a situação, os caminhões da empresa da prefeitura vieram e detonaram a iniciativa, tornando a rua cada vez mais intrafegável para carros. “E assim a nossa vida vai ficando mais e mais difícil, porque estamos expostos a essa água repleta de doenças e sujeitos a vários animais perigosos. Nós já achamos por aqui vários jacarés e cobras, inclusive, uma delas a gente reconheceu bem que era uma pico-de-jaca, uma das mais venenosas que existem”, destacou.
Já a mulher de Francisco, Pedrina Menezes Freitas da Silva, comenta que a água das chuvas invade as casas da rua, o que faz com que os residentes percam o controle dos cuidados para evitar doenças como a dengue. “Outro grande medo nosso é para quando começar as alagações, porque se a água do rio se juntar com essa daqui aí a rua inteira virará um açude maior ainda. Não estamos pedindo que asfaltem a rua. Tudo o que queremos é que vedem direito esses buracos que deixaram”, complementa.
Outro morador, Wellinton Souza da Silva, contou da dificuldade das crianças da rua da Prata de ir à escola, especialmente quando chove. “Os menores precisam fazer uma acrobacia para sair de casa pra aula e mesmo assim acabam todas meladas de lama e sujeiras dos atoleiros. E o pior é que é desse jeito que elas chegam à escola porque só dá para sair daqui se for pela rua. Tem universitários que passam por isso a noite e aí a coisa piora porque aqui é cheio de bicho peçonhento e no escuro não tem nem como vê-los. Por isso, a situação aqui já se tornou um absurdo”, reclama.