O deputado federal, Fernando Melo (PT-AC), numa entrevista exclusiva A GAZETA, fez um balanço do momento político acreano. O coordenador da bancada federal, garante que não abrirá mão da segunda vaga da FPA ao Senado. Também ressaltou como prioritária uma possível aliança do PT com o PMDB para garantir a vitória da presidenciável, Dilma Roussef (PT), no Estado. Fernando comentou ainda sobre as liberações de emendas parlamentares dos deputados às prefeituras do Acre e garantiu que o candidato ao governo do Acre, em 2010, será mesmo o senador Tião Viana (PT-AC).
Segunda vaga ao Senado
Todo mundo sabe que o nome do ex-governador Jorge Viana (PT) está garantido como candidato ao Senado, em 2010. No entanto, com a saída da senadora Marina Silva (PV-AC) do PT a disputa pela segunda vaga cresceu. Pelo menos três nomes da FPA disputam a indicação: o deputado federal, Fernando Melo, o presidente da Aleac, deputado Edvaldo Magalhães (PCdoB) e o deputado federal, Henrique Afonso (PV -AC). Fernando Melo tem uma tese sobre quem deverá ocupar a vaga.
“A candidatura ao Senado é majoritária e qualquer grupo político sabe que os melhores nomes é que têm que ser escolhidos. Nós não podemos entrar com o time reserva. Com a saída da Marina a coisa se complicou. Inicialmente se levantou que a vaga era do PT. Advoguei essa tese e hoje não penso mais assim. A vaga tem que ser de um dos companheiros dos partidos que fazem parte da FPA que reúna mais condições de vencer. Quando a Marina saiu conversei com lideranças partidárias e lancei a minha pré-candidatura, inclusive, com autorização interna do meu partido. O Jorge Viana foi muito solicito comigo e me disse que a questão seria discutida dentro da FPA. Acho que a melhor maneira de resolver isso é fazer uma pesquisa popular para ver qual dos nomes tem mais condições de vencer as eleições. Para o Acre, a FPA ter três senadores é muito importante. Coloquei o meu nome assim como o Edvaldo Magalhães e o Henrique Afonso e espero que outros surjam. A FPA não vai ganhar com qualquer um e quem vai dizer é a pesquisa. Se tiver alguém fora do PT que tenha condições de ganhar vamos apoiar. Mas na pesquisa se, por exemplo, empatar o Fernando Melo com o Edvaldo nesse caso a vaga seria do Edvaldo. Se os dois tiverem condições de vencer a vaga passaria para o Edvaldo. O princípio é que não podemos perder a vaga”, explicou.
Candidatura ao Governo
Nas últimas semanas especulou-se que a FPA poderia mudar de candidato ao Governo. Os comentários surgiram por um possível problema que o suplente de Tião Viana, Aníbal Dniz, teria com a Justiça Eleitoral, o que poderia levar o segundo suplente, professor Coelho (PMN), que está na oposição, à vaga. Fernando Melo desmente a boataria com veemência. “Conversei com algumas pessoas dentro da FPA e fiz essa pergunta antes das boatarias. Se existiria algum cenário em que o senador Tião Viana (PT-AC) não seria o candidato e a resposta foi não. Inclusive, a respeito dessa história que o suplente Aníbal Diniz (PT) poderia ser cassado caso assumisse no lugar do Tião. E a resposta continuou sendo não. Pelo que sei há uma querela do Aníbal na Justiça. Mas enquanto isso não for julgado o senador será o Aníbal Diniz. Não existe, portanto, nenhum cenário que o Tião Viana não seja o nosso candidato. O Tião Viana tem um nome consolidado e a população deseja vê-lo governador. Ele também quer governar o seu Estado que é o sonho de todo político”, garantiu.
Aliança PT-PMDB
Às vésperas do ano eleitoral acaba gerando muitos boatos. Alguns se confirmam e outros ficam mesmo só no campo da especulação. Um dos mais fortes, do momento, é uma possível aliança do PT com o PMDB. Fernando Melo analisa como positiva essa possibilidade. “Quando a FPA chegou ao Governo, em 98, tinha 15 partidos aliados. Hoje o PMDB é o grande aliado do Governo Lula. É o partido que consolida o apoio na Câmara e no Senado. Sem o PMDB a governabilidade estaria muito prejudicada. No Acre, pelas intrigas e disputas a história é diferente. Mas vejo com bons olhos as sinalizações que estão havendo para essa aliança. Se acontecesse teríamos a certeza da Dilma ganhar no Estado. Acho que essa é mais importante das eleições porque seria garantia das continuidades de mudanças sociais que o presidente Lula vem fazendo no Brasil com a distribuição de renda. E quem está afinado com isso é a ministra Dilma. O eleitorado do Acre representa meio por cento do país, mas o voto que a gente der para a Dilma aqui é importante. Com o PMDB teríamos a garantia da vitória. Considero, por isso, essa aliança prioritária para podermos avançar com o crescimento acreano”, destacou.
Novas alternativas
Fernando Melo revela que continua trabalhando muito junto às suas bases eleitorais. “Um político que está animado com vontade de continuar fazendo tem que estar sempre atento às possibilidades. Estou centrado na minha candidatura ao Senado, não penso em outra coisa. Mas se o quadro mudar tenho que ter outras alternativas”, explicou.
Claro, se não for candidato ao Senado, Fernando, deverá disputar a reeleição para a Câmara Federal. Mas ele não descarta outras possibilidades como ser vice na chapa do executivo. “Um vice do PT juridicamente é possível. Não penso em ser vice, mas não tem nada que me impeça. Na política temos que trabalhar com todas as variáveis. A política muda todo dia”, analisou.
Emendas parlamentares
O coordenador da bancada federal do Acre explicou que nesse ano o Governo Federal deu preferência à liberação de emendas pessoais dos parlamentares em detrimento das de bancada. “Consegui liberar mais de 60% dos R$ 10 milhões que coloquei no orçamento de 2009. Isso é fruto de uma estratégia. Às vezes, colocamos emendas que dependem da análise dos projetos técnicos para serem liberadas pela burocracia. Mas garantimos o empenho dessas emendas e Amac tem cumprido um papel fundamental para que os recursos venham para os municípios. Também a Secretaria de Planejamento tem feito um brilhante trabalho para os recursos virem para o Estado”, finalizou.