O ideal é que os governos não gastassem, todos os anos, rios de dinheiro público para garantir a segurança no Carnaval. Como qualquer outra festa, deveriam ser dias de alegria, de confraternização ou repouso. Contudo, não é bem assim.
O problema é que, cada vez mais, esses valores vão se perdendo e o que deveria ser, de fato, uma festa vai se transformando em uma espécie de ‘campo de batalha’.
O poder público vê-se, então, obrigado a montar rigorosos esquemas de segurança, a fazer estoques de sangue (pasme-se), a acionar bafômetros, a distribuir preservativos a granel e outras medidas coercitivas e pouco educativas.
Mesmo assim, no final desses dias, nas quartas-feiras de cinza, o saldo do que se convencionou chamar de ‘folia’ é quase sempre trágico, com a contagem de mortos e feridos.
Em grande parte, a culpa cabe ao próprio poder público, que também estimula a banalização e a comer-cialização desses eventos, com intuitos propagandísticos e, por vezes, eleitoreiros.
Pelo sim, pelo não, resta torcer que o bom senso prevaleça e o saldo não seja tão estúpido e trágico.