Os 520 agentes comunitá-rios de Saúde que realizam atividades de prevenção de doenças em Rio Branco podem deflagrar um movimento grevista logo após o período carnavalesco. A decisão depende de uma reunião de representantes da categoria com o prefeito Raimundo Angelim (PT) e o secretário municipal de Saúde, Pascal Khalil.
A pauta de reivindicações tem como item principal a efetivação dos ACS´s. De acordo com o diretor sindical e agente comunitário de Saúde, José Rosimar (Rodrigo), cerca de 80% dos profissionais que estão em atividade na Capital ainda atuam mediante contrato provisório, apesar de já existir previsão legal para a efetivação por parte do município.
Há 16 anos na atividade, Rosimar desabafa: “não é justo trabalhar tanto tempo e não ser efetivado. É graças ao nosso trabalho que a população é esclarecida a respeito de doenças graves e mortais, como a dengue”, disse. Segundo ele, o destino da categoria está nas mãos do prefeito. Só ele pode evitar a paralisação da categoria, que caso venha a se concretizar pode agravar ainda mais a situação da dengue na cidade.
Além da efetivação ao município, os ACS’s também reivindicam melhores condições de trabalho e o pagamento de gratificação de insalubridade. “Apesar de Rio Branco registrar uma das temperaturas mais altas do país, somos obrigados a enfrentar o sol escaldante sem protetor solar”, denuncia Rosimar. O drama dos Agentes Comunitários de Saúde não se restringe à Capital. Nas cidades do interior, a situação é bem mais agravante.
Saúde estadual retoma negociações
Os ACS’s contam com o apoio do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde do Acre (Sintesac), que depois de uma ameaça de greve conseguiu retomar as negociações com o governo, através da intermediação do líder do governo na Assembléia Legislativa (Aleac), deputado Moisés Diniz (PCdoB).
Segundo o vice-presidente do Sintesac, Monteiro Júnior, um encontro entre o sindicato e a equipe de negociação do governo está agendada para o dia 18 de fevereiro. Caso a promessa não se concretize, o sindicato promete parar a Saúde no Acre. Em todo Estado, são mais de 8 mil trabalhadores, dos quais 5 mil são sindicalizados.
“O deputado Moisés Diniz nos assegurou que a reunião vai acontecer. Da conversa também participaram deputados da oposição. Estamos abertos à discussão, mas já foi deliberado em assembléia que se não houver negociação a greve será deflagrada”, alertou.
Os trabalhadores em Saúde lutam pela não demissão dos provisórios – em torno de 700; participação direta na elaboração do Plano de Cargos, Carreira e Remuneração (PCCR); além da incorporação aos salários do valor pago a título de gratificação de insalubridade.