O policial militar Marcos Figueiredo Gonçalves, 35 anos, na madrugada de ontem, 11, agrediu sua mãe, Nazira Figueiredo da Silva, 60 anos. Segundo informações da família, Marcos sofre de problemas psicológicos.
Na madrugada, bateu na porta da casa da mãe e quando ela abriu a porta Marcos a atacou com um soco e começou a espancá-la.
A violência sofrida causou fratura em duas costelas, além de vários outros hematomas. Tudo isso, segundo os irmãos e a própria mãe, sem nenhum motivo real, mas de acordo com os irmãos, esta não é a primeira vez que ele agride alguém da família, inclusive a mãe, e também já foi preso três vezes.
A mãe de Marcos foi socorrida por uma equipe de paramédicos do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e encaminhada à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do 2° Distrito.
Problemas psicológicos – Marcos Figueiredo foi testemunha do Ministério Público Estadual (MPE), quando estavam sendo julgados os crimes do Esquadrão da Morte.
Segundo informações de Márcia Figueiredo, irmã do policial, faz muito tempo que o irmão apresenta distúrbios mentais.
De acordo com ela, mesmo com o problema ele ainda era obrigado a trabalhar, chegando a ser detido uma vez porque faltou ao serviço por vários dias em virtude da doença. “O problema é que ele não admite estar doente, minha mãe já foi várias vezes no quartel, falar com o comandante, para pedir ajuda no tratamento dele, mas eles nunca deram confiança e ele está cada vez pior”, explica a irmã desconsolada.
Marcos fez parte do Programa de Proteção à Testemunha do caso “Esquadrão da Morte” – Márcia Figueiredo disse que o irmão passou a ter mania de perseguição e surtos de loucura, após ter sido retirado do Programa de Proteção à Testemunha, no caso Esquadrão da Morte.
“O problema é que meu irmão era testemunha de acusação de Hildebrando Pascoal, no caso Esquadrão da Morte. Durante seis anos ele participou do Programa de Proteção às Testemunhas e estava em Goiânia, mas lá ele se separou da esposa e resolveu voltar pro Acre, atrás dela, foi a partir daí que o Ministério Público disse que “lavava as mãos”.
De lá pra cá meu irmão já fez loucuras, foi preso e inclusive, internado no Hospital de Doenças Mentais (Hosmac), de onde fugiu e não mais retornou”, relatou a irmã, que concluiu dizendo: “estamos desesperados, meu irmão precisa de tratamento médico e a polícia não ajuda em nada. Na terça-feira, 9, minha mãe foi mais uma vez ao quartel, mas o comandante disse que estava muito ocupado e não podia atendê-la, agora aconteceu isso”, explica Márcia.
A prisão – Marcos Figueiredo foi preso por policiais militares e levado para a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam).
O delegado Rafael Pimentel, depois de ouvi-lo queria encaminhá-lo para o quartel, onde geralmente ficam presos os militares, mas foi informado via Ciosp, que lá não havia lugar adequado para receber o poli-cial, já que em outra situação ele teria quebrado cadeados e feito a maior confusão naquele local e que por isso eles não se responsabilizariam.
O impasse só foi resolvido após um telefonema do comandante-geral, coronel Romário Célio, onde foi decidido que após o indiciamento, Marcos Figueiredo seria encaminhado direto para o presídio Francisco de Oliveira Conde, onde deverá ficar em uma cela especial para militares.