O diretor-presidente do Departamento de Estradas e Rodagens do Acre (Deracre), Marcos Alexandre, informou ontem que ainda são desconhecidas as causas que provocaram o deslocamento de dois pilares da ponte sobre o Rio Caeté, na BR-364, sentido Sena Madureira/Manuel Urbano. “Nós estamos diante de um fenômeno raro da natureza”, disse Alexandre.
Segundo ele, uma comissão técnica formada por geólogos da Universidade Federal do Acre (Ufac) e engenheiros projetistas da obra irão fazer um estudo detalhado no local para saber o que realmente está acontecendo. Somente a partir desse trabalho será possível precisar se ocorreram falhas na execução do projeto ou de fenômeno da natureza, como suspeita o Deracre.
A ponte sobre o Rio Caeté foi inaugurada pelo governador Binho Marques (PT) em 25 de junho de 2008 e custou aos cofres públicos cerca de R$ 10 milhões. Os primeiros problemas começaram a aparecer no último dia 17, quando dois dos 14 pilares que dão sustentação a estrutura apresentaram movimento de cerca de 10 cm.
Para iniciar a intervenção no local, o Deracre interditou a ponte e construiu um desvio no local da antiga ponte do Caeté, de forma a garantir o fluxo de pessoas na rodovia federal. O problema é que apesar das providências adotadas a movimentação em direção ao leito do rio continuou acontecendo, chegando a totalizar 1m30cm.
“Se fosse de concreto não tinha suportado, a sorte é que a estrutura é metálica”, garantiu Alexandre. Ontem, o diretor-presidente do Deracre reuniu a imprensa para falar sobre as providências que foram adotadas em relação ao caso.
As suspeitas de que se trata de fenômeno da natureza estão fundadas na existência em fissuras encontradas em toda margem do rio. Além disso, estudo preliminar detectou a necessidade dos pilares serem fincados a 20 metros de profundidade em decorrência da inconsistência do solo.
A parte da ponte abalada pesa cerca de 200 toneladas e ainda não despencou graças a amarras com cabos de aço feitas pelos homens do Deracre. A expectativa é que com a descoberta da causa do abalo uma intervenção definitiva possa ser mesma, mesmo que seja a reconstrução da obra.
Responsabilização da construtora
Preliminarmente, o diretor do Deracre acredita que os problemas registrados na ponte do Rio Caeté não estão relacionados à execução da obra, conduzida pela Construtora Cidade. Mas, segundo ele, o prazo para a responsabilização civil de uma obra é de cinco anos e que isso não está descartado. Informou ainda que a construtora já foi notificada acerca da situação e está ajudando na resolução do problema.