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MPF investigará denúncias de truculência e abuso contra agentes federais

O procurador-geral da República no Acre, Ricardo Gralha Massia, instaurou procedimento para investigar as denúncias de truculência e abuso de autoridade feitas pelo moto-taxista Marcos Carneiro Soares, 30 anos, contra um agente da Polícia Federal.

“Ninguém está acima da Lei. Este fato merece a devida apuração”, disse o procurador ao anunciar a medida.

A investigação tem como base o depoimento do moto-taxista, prestado no final da manhã de ontem ao próprio procurador, onde ele reafirmou a denúncia. Marcos também foi submetido a novo exame de corpo de delito, onde ficou confirmado que houve ofensa à sua integridade física durante a abordagem dos agentes federais.

O laudo é assinado pelo médico Carlos Paredo Calderon, o mesmo que atendeu a vítima durante a realização do primeiro laudo, onde Marcos alega que sofreu ameaças para não revelar detalhes das agressões que sofreu. Em linguagem técnica, o documento atesta que o moto-taxista apresenta esquimose – infiltração de sangue nos tecidos da pele, surgindo com a rotura de capilares. Isso ocorre sempre que alguém é atirado com violência contra algo.

“A informação não está devidamente esclarecida e a investigação é para verificar se houve abuso, pois a notícia que chegou aqui é a de abuso”, afirmou o procurador. Quando ele menciona abuso, está incluída aí a suposta tortura sofrida pelo moto-taxista.

“A mentira tem perna curta e não posso ser prejudicado”, desabafou o moto-taxista à imprensa. Ele revelou que as marcas deixadas nas suas costelas aconteceram quando ele foi jogado contra a viatura da Polícia Federal.

“Depois disso, eles me deram um chute na perna e um tapa na cabeça. Diziam o tempo todo que eu iria para Penal e uma delegada me disse que eu tinha era sorte de eles não terem quebrado uma perna minha”, reafirmou Soares, minutos antes de ser ouvido pelo Ministério Público Federal. O procurador Gralha Massia afirmou que não existe um prazo para o término das investigações.

PF anuncia medidas judiciais contra moto-taxista – Em coletiva à imprensa, ontem, 25, os delegados da Polícia Federal, Richard Murad Macedo e Anne Dal Moraes, negaram as denúncias e anunciaram as medidas judiciais que serão adotadas em relação ao moto-taxista que afirma ter sido agredido por um agente federal.

Além do crime de desacato, conforme Termo Circunstan-ciado de Ocorrência (TCO), já encaminhado ao Juizado Especial Criminal, o moto-taxista também deve ser interpelado judicialmente por dano moral, em virtude das últimas declarações prestadas à imprensa.

“Nossa ação sempre foi pautada pela ética, pelo direito, o agente agiu dentro da legalidade, o que pode ser comprovado a partir da leitura do TCO lavrado no dia da ocorrência”, esclareceu Richard.

Segundo ele, o deslocamento do moto-taxista até a sede da PF se deu em virtude de preservar a sua imagem, haja vista que no local onde foi abordado havia uma grande concentração de pessoas. Revelou ainda que o moto-taxista chegou à despisse na via pública, numa clara demonstração de afronta ao agente federal e à sociedade.

O delegado também prometeu notificar a Superintendência de Trânsito da Capital, órgão fiscalizador do serviço de moto-táxis, acerca da ocorrência. “Não podemos inverter o ônus da prova. Não vimos o que ele alegou e analisando todo o contexto, estaremos também notificando o órgão fiscalizador”, afirmou Murad Macedo.

A delegada Anne Dal Mo-raes, responsável pelo TCO onde o agente federal, acusa o moto-taxista de desacato. Disse que tudo foi feito dentro da legalidade.

 

 

 

 

 

 

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