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Polícia faz novas buscas pelo corpo de Fabrício, em vão

Delegados da Polícia Civil, agentes, peritos  e representantes do Ministério Público retornaram ao bairro Seis de Agosto, na manhã de ontem, 5, mas até agora nada de novo foi anunciado sobre o corpo do adolescente.
Depois de vários dias sem nenhuma pista nova, a polícia retornou à primeira casa onde supostamente o menino Fabrício teria sido executado.

No início das investigações, a polícia encontrou uma grande quantidade de sangue e um cachorro morto. Mas nada foi comprovado sobre o sangue ser ou não de Fabrício, muito menos se a tal casa realmente foi um dos diversos cativeiros revelados pelos supostos autores.

A polícia também realizou buscas em outra casa, bem próxima a ponte da Judia e a menos de uma quadra do suposto primeiro cativeiro.

Apesar dos trabalhadores da Semsur terem capinado e escavado parte do terreno embaixo da casa e também debaixo de uma árvore, nada foi encontrado.

Questionado sobre o porquê de a polícia estar retornando às casas, o delegado Robert Alencar disse estar atrás de indícios que comprovem se Fabrício passou ou não pelas casas. Baseado nos depoimentos do acusado.

Familiares de Fabrício chegaram esperançosos até o local, mas em seguida veio a frustração por não ter nada de novo, além da indignação pela falta de explicações por  parte da polícia.

“Eles estão completamente perdidos e não têm nada de novo. O pior é o que a polícia está fazendo com a família. Sem explicações, não sabemos mais o que fazer e nem para aonde correr. O fato é que a polícia continua falhando”, diz indignado Sérgio Costa, tio de Fabrício.

Quatro representantes do Ministério Público Estadual (MPE) foram à escola de informática que Fabrício freqüentava com o objetivo de comparar a lista de freqüência do curso com a da Escola Rodrigues Leite, onde a vítima estudava o Ensino Médio. As escolas ficam próximas e a intenção dos investigadores do  MPE  é saber o porquê Fabrício estava  freqüentando  assiduamente  o curso, mas tinha quatro faltas consecutivas na escola, mesmo sendo bem próximas e a rotina dele ser após a saída da escola ir direto para o curso.

A família de Fabrício comentou o que pode ter acontecido para que o adolescente tivesse faltado à escola e freqüentado mais o curso. “O que pode ter acontecido é que, pelo excesso de timidez de Fabrício, que o fazia falar muito baixo, o professor não tenha ouvido ele responder a lista de presença, já que mesmo constando falta na lista do professor, no caderno de Fabrício constam exercícios  dos dias que supostamente ele teria faltado”, afirmou um tio do adolescente.

Sobre o dia 16, quando o adolescente desapareceu, a família explicou que, de fato, ele não entrou na escola por que chegou atrasado, retornando no mesmo instante para casa  e saindo depois no horário de ir para o curso, o que explica Fabrício estar sem farda exatamente no dia que sumiu.

“Nós vamos continuar investigando todas as versões, mesmo que o suspeito mude de depoimento ou tente enganar a polícia. Mas a verdade é que o Leonardo mente muito, o que infelizmente acaba atrapalhando e atrasando o trabalho da polícia”, declarou o delegado Robert Alenca.

Polícia já  prendeu 13 acusados de envolvimento no desaparecimento de Fabrício

O estudante Fabrício Augusto Souza Costa, 16 anos, desapareceu no dia 16 de março deste ano. Aos 15 minutos do dia 17, a família do adolescente registrou queixa de desaparecimento no Núcleo de Atendimento à Criança e Adolescente Vítima (Nucria).
Segundo informações de familiares do desaparecido, a polícia demorou a investigar e a própria família e amigos decidiram desvendar o sumiço por conta própria.

Através de ajuda de amigos, a família conseguiu rastrear o número do celular do adolescente e descobriu que o chip estava em poder do ex-presidiário Leonardo Leite, 21 anos, que foi preso pela família e entregue à Polícia Civil.

Leonardo foi preso no dia 1º de abril e confessou em depoimento que o estudante teria sido vítima de um seqüestro seguido de morte e confessou também que ele participou do crime, chegando a apontar uma casa na Travessa Éden, bairro Seis de Agosto, como sendo o local que serviu de cativeiro.

No endereço, a polícia coletou manchas de sangue para exame de DNA e nos dias seguintes foram presas outras pessoas apontadas por Leonardo como envolvidas no crime.

No total, 7 adultos foram presos e 6 adolescentes apreendidos sob acusação de envolvimento no crime, mas até agora o corpo do adolescente não apareceu, apesar de todas as buscas realizadas nos locais indicados pelos acusados.

 

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