A intermediação com a prefeitura e com a deputada federal Perpétua Almeida parecia um ponto final para a questão, mas ainda não foi. Após duas reu-niões de conciliação, os motoristas e cobradores não tiveram os resultados esperados e os indícios da greve ser reaberta começaram a crescer de novo na noite de ontem. Na ocasião, o sindicato da classe (Sinttpac) negocia com representantes das empresas (Sindcol) 4 itens principais: a Cesta Básica, alimentação, o reajuste salarial e a intra-jornada de trabalho (principal).
De acordo com o vice-presidente do Sinttpac, José Afonso, a negociação ainda não foi satisfatória aos motoristas, em especial, na intra-jornada. Por isso, ele conta que ainda ontem, às 18h30, após a 2ª reunião, seriam levadas as propostas da conciliação para decidir com toda a categoria se a ‘trégua’ de greve deve permanecer ou não. Se mantida, seria formulada uma contraproposta. Até o fechamento desta edição, não havia decisão.
Para continuar negociando, a prefeitura marcou mais uma nova audiência de conciliação entre as partes, às 8h, ainda no Sest/Senai. Se a trégua se mantiver, a contraproposta dos trabalhadores deverá ser apresentada nesta oportunidade.
O 1º dia de negociações – Na reunião de segunda, os trabalhadores e o Sindcol ficaram frente a frente por quase 8 horas, mas só discutiram 2 cláusulas. Ainda assim, tais acordos não foram vistos como grandes conquistas.
Na primeira, a Cesta Básica, manteve-se tudo praticamente como o já estabelecido por acordo coletivo, cedido apenas 1 kg de leite em pó a mais.
Na segunda pauta, a alimentação, os motoristas e cobradores pediam aumento para o ticket mensal do café-da-manhã e que oferecessem almoço para quando a jornada de trabalho passar do meio-dia e janta para quando passar das 21h. O almoço e a janta foram recusados e o ticket do café foi reajustado de R$ 18,00 para R$ 32,00 por mês (R$ 1,50 por dia, e só para quem trabalha das 4h40 até às 6h da manhã).
O 2º dia – Quanto ao reajuste salarial, a proposta de terça-feira do Sindcol mantém a concessão de 6% indexados na atual tarifa dos ônibus. O Sinttpac espera um aumento mais próximo do seu pedido mínimo de 12% (em virtude das perdas salariais).
Por fim, a grande pauta de impasse, intra-jornada, segue em debate. Até ontem, Afonso afirmou que o intervalo não havia sido resolvido como os trabalhadores querem: através de acerto coletivo entre as partes, no qual Sinttpac e Sindcol assumem a missão de fazer um regulamento consensual para definir e regularizar a forma na qual este intervalo será cumprido. “A proposta das empresas requer que o Sinttpac tente resolver com a Justiça trabalhista e só a partir daí é que elas assumiriam qualquer compromisso de apoio”, diz. Uma contraproposta, na reunião de hoje, pode corrigir ou não esta divergência.