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Como nascem as gírias

A Gazeta do Acre por A Gazeta do Acre
22/09/2010 - 05:07
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O presente artigo procura explicar como surgem as gírias e de qual forma essa linguagem usual entra no cotidiano das pessoas. É um jeito de comunicação que abriga termos que brotam no meio popular, de forma espontânea. Muitas gírias são comuns a toda sociedade, porém outras são mais específicas de grupos sociais. Na atualidade, elas povoam a linguagem dos jovens, por exemplo. Muitas pessoas perguntam nos encontros, seminários, palestras, como nascem às gírias. As formas são muitas, aqui se descrevem algumas:

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1) neologismos – palavras ou expressões de criação recente: gato, no sentido de “ligação clandestina de eletricidade”, e laranja, designando “falso proprietário”. O neologismo pode ser criado na própria língua – neologismos de cunho literário ou popular, como o verbo embuchar, que significa engravidar – ou importado de uma língua estrangeira – como lasanha, do italiano lasagna, chope, do alemão chopp, bife, do inglês beef. Há, ainda, neologismos que não têm forma equivalente em português, como fashion, palavra em moda.

2) metaplasmos – alterações intencionais do código, fruto de cria-tividade do falante sobre a língua: cinema > cine; muito > mui; senhor > sô; carvão > cravão; golpe > gorpe; talho > taio; insônia > isônia.

3) bordões, jargões, clichês – palavras ou expressões da cultura popular: “alma sebosa”, “bronca do tamanho de um trem”, “chumbo grosso”, “durma com uma bronca dessa”, “ninguém tem letreiro na testa”, “ir pras cabeças”, “sacada genial”, “fazer das tripas coração”, “encerrar com chave de ouro”, “silêncio mortal”.

4) ditados, ditos e expressões populares, frases feitas, gírias – palavras e frases que na sua grande maioria têm a função comparativa com diversos assuntos, como animais, modo de agir, modo de pensar: osso duro de roer = coisa difícil de resolver; dar nó em pingo d’água = ser capaz de se sair de todas as dificuldades; pintar o 7 = fazer bagunça; cada macaco no seu galho = cada pessoa no seu devido lugar; quem se mistura com porcos, farelo come = quem acompanha pessoa de índole ruim acaba se tornando igual a ela; lábia (astúcia); antenado (atento), azaração (namoro), mala (chato), mauricinho (rapaz bem vestido), pagar mico (passar vexame), patricinha (menina bem vestida).

5) modismos – expressões inexis-tentes no português, ou mesmo existentes, mas usadas em sentido diferente ao original. São exemplos: abrir as comportas, administrar a vantagem, a nível de, chocante, conquistar o espaço, correr atrás do prejuízo, deitar e rolar, em grande estilo, em termos de, em última análise, entrar em rota de colisão, extrapolar, imperdível, junto a, pano de fundo, praticar preços ou juros, receber sinal verde, sentir firmeza e trocar farpas.

A incorporação de palavras novas no vocabulário traz à tona uma discussão acerca do papel dessas palavras dentro do universo da língua. Mas, afinal, qual a importância dos neologismos? Na verdade, o tema suscita opiniões diferentes. Para alguns estudiosos os neologismos são mecanismos de enriquecimento lingüístico. Na visão de outros eles representam sinal de empobrecimento e deturpação da língua, um fator de distan-ciamento da fala e escrita no padrão preconizado pela gramática. Mário Barreto, renomado gramático brasileiro, representou muito bem este ponto de vista, que repercute hoje entre muitos profissionais. Para ele os neologismos “não argúem mais das vezes senão ignorância da língua por parte de quem deles se serve”.

Evanildo Bechara – um dos maiores gramáticos da atualidade – “os neologismos inicialmente provocam alguma estranheza. (…) Esse uso abusivo é um empobrecimento, uma vez que põe na cristaleira da língua todos os outros verbos que deveriam ocupar os lugares que lhe eram devidos. (…) Esses neologismos podem pegar. Mas, a princípio, parecem estranhos”.

Na atualidade, a “onda inglesa” é um fenômeno que expõe a dimensão da influência norte-americana sobre a cultura brasileira. O contato com o idioma – por meio da alimentação, do vestuário e do consumo das marcas importadas em geral – vem criando um vocabulário cada vez maior de palavras adaptadas ou adquiridas. Além do mais, a mídia contribui para a difusão de novos termos (nas novelas, na propaganda, nos jornais, etc.), fixando as novas palavras na linguagem cotidiana, sob a argumentação de que os estrangeirismos causam maior repercussão e atraem mais a atenção do espectador-consumidor.
Naturalmente, pode-se chegar à conclusão de que a língua é rica por apresentar essas variedades lingüísticas, por dar aos falantes o poder de criação, de liberdade. Essa é a beleza de uma língua, não é preciso ficar estanque, presa às regras. O necessário, no processo da comunicação, é a clareza naquilo que se diz. O importante é comunicar, surpreender, iluminar, divertir. E, nesse particular, a gíria está com tudo.

DICAS DE GRAMÁTICA

DEVE-SE ESCREVER O SARGENTO MARTA OU A SARGENTO MARTA?
– Existem na língua portuguesa as formas femininas soldada, sargenta, coronela, capitã, generala. No entanto, como as Forças Armadas resolveram não adotá-las, preferindo empregar o nome do posto tanto para os homens como para as mulheres (até porque alguns ficariam estranhos, como ‘a tenenta’, e outros nem feminino teriam, como ‘major’ e ‘cabo’), a única diferenciação fica sendo o artigo:
·   A soldado Carla, a sargento Marta e a coronel Maria serão promovidas.
·   Parece que uma tenente foi desacatada.
·   O coronel Gomes passou as instruções a capitão Marli Regina.
Fora da hierarquia militar, no caso particular de capitão, pode-se dizer que é correto – existe esse registro em alguns dicionários – falar em “capitoa”, mas é preferível usar o feminino capitã, palavra, aliás, bastante em voga, pois designa também o “chefe, a pessoa que comanda, que dirige” ou “atleta que representa a equipe”:
·   Na nossa gincana foi atribuído um prêmio as capitãs das cinco equipes.
·   Sônia, capitã da PMAC por muitos anos, abandonou o voleibol repentinamente.
 
É CORRRETO DIZER “EU EXPLUDO”?
– Sim, perfeitamente correto. EXPLODIR não é verbo defectivo em si. Ele é conjugado conforme o verbo dormir, segundo dicionários especializados. Portanto, pode-se dizer “ele explode, eu expludo, ele que expluda o balão”. No Brasil, depois que o ex-presidente Figueiredo falou (corretamente) “expludo”, criou-se o estigma e a má reputação do verbo, como se ele devesse ter explodido de outra forma: “Ele que se exploda!”

Luísa Galvão Lessa – É Pós-Doutora em Lexicologia e Lexicografia pela Université de Montreal, Canadá; Doutora em Língua Portuguesa pela Universidade Federal do Rio de Janeiro; Mestra em Letras pela Universidade Federal Fluminense; Membro da Academia Brasileira de Filologia; Membro da Academia Acreana de Letras. [email protected]

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