A fuga de dois detentos da Penitenciária Francisco de Oliveira Conde coloca em xeque a eficiência do sistema penal do Estado. Como tem sido amplamente divulgado pela imprensa, a maioria dos crimes que chocam a nossa sociedade tem sido cometidos por criminosos reincidentes.
A dedução óbvia é de que as penitenciárias são atualmente muito mais escolas de criminalidade do que instituições de recuperação social.
É preciso encontrar um caminho para inverter essa lógica cruel que provoca medo e pânico aos cidadãos e cidadãs de bem. Utilizar a premissa de que um criminoso é irrecuperável, só passível de punição, é criar uma bomba relógio a explodir a qualquer momento. Por outro lado, o nosso atual Código Penal possui Leis questionáveis, que determinam um tempo muito curto de permanência nas prisões daqueles que cometem delitos.
Portanto, é preciso que as instituições responsáveis pelo nosso sistema penal tenham responsabilidade tanto com os reeducandos que estão por trás das grades quanto com a população do outro lado dos muros. No caso específico ocorrido há 3 dias, havia apenas dois agentes penitenciários para vigiar mais de 200 presos.
A falta de um sistema de vídeo impediu que a segurança pudesse ver que os detentos serravam as grades. Melhorar as condições das penitenciárias acreanas é uma condição fundamental para uma Segurança Pública eficiente.