Anuncia-se para hoje uma mobilização geral da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros reivindicando melhorias salariais. É um direito que lhes assiste, mas não podem esquecer que há direitos inalienáveis da sociedade também em questão.
Na verdade, o que se vem observando é que o movimento vem sendo inflado por elementos com interesses revanchistas e mesmo declaradamente político-eleitoreiros, querendo repetir a ‘rebelião da tropa’ que se fez em passado recente. Isso não é recomendável, porque desvirtuaria os bons propósitos da reivindicação.
Não se ignora que as polícias deste país, de modo geral, ganham salários bastante aquém das funções que exercem. É uma defasagem crônica que precisa sim ser superada, porque os governos nunca investiram o que deveriam em Segurança Pública. Daí os graves problemas no setor.
Contudo, pretender corrigir essas distorções com movimentos radicais ou exorbitando nas propostas, reivindicando reajustes de mais de 100% é um despropósito. Além do que, os serviços não podem parar sob o risco de deixar a sociedade refém da criminalidade. Reivindicar sim, mas com bom senso e responsabilidade.